VIOLÊNCIA CONJUGAL NO ENTENDIMENTO DOS CÔNJUGES VITIMADORES
Resumo
A saúde física e mental do relacionamento conjugal é relevante para uma adequada qualidade de vida, assim como um coerente convívio em sociedade e a manutenção da relação afetiva pautada no respeito às individualidades do cônjuge, no amor e no diálogo pessoal. Objetivou-se, com este estudo, analisar o entendimento dos vitimadores a respeito da violência conjugal. A pesquisa qualitativa descritiva foi desenvolvida com três vitimadores do sexo masculino, acusados de violência conjugal. O estudo obteve aprovação do CEP da Unoesc. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada em um presídio de um município da região Oeste de Santa Catarina. Os dados foram agrupados de acordo com as dimensões de análise, e para tal, utilizou-se a análise de conteúdo. Foi possível evidenciar a influência do contexto sociocultural na formação dos vitimadores. As frequentes saídas, o grupo de amigos e o uso de álcool contribuem para assumirem esse papel. Não tiveram de suas famílias de origem o uso da violência como forma de manifestação nos seus comportamentos e relacionamentos. Os papéis conjugais dos vitimadores com seus cônjuges são pré-estabelecidos e rígidos, e não se responsabilizam pelas situações de violência. “Culpam” seus cônjuges e seus “ciúmes” pelas ocorrências. No referido município, foram registrados de 2011 a 2012, 183 casos de violência desse gênero. Esses dados confirmam os resultados de pesquisas sobre violência conjugal (FALCKE; WAGNER, 2011; FÉRES-CARNEIRO, 2010; ANDOLFI, 1995, entre outros), que enfatizam a influência das mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas da cultura familiar e dos ideais contemporâneos de relação conjugal na produção de relações mais vulneráveis à violência conjugal.
- Palavras-chave: Violência conjugal. Vitimadores. Gênero.