AVALIAÇÃO DA INTERNALIZAÇÃO DE Salmonella Enteritidis SE86 EM ALFACE
Resumo
A alface é um dos vegetais mais consumidos no mundo e nos últimos anos tem sido apontada como um dos principais alimentos envolvidos em surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA). Salmonella Enteritidis SE86 foi isolada de um surto de DTA causado por repolho contaminado e atualmente é estudada, uma vez que todas as cepas dessa bactéria estão envolvidas em surtos e são geneticamente 90% idênticas. Desse modo, este estudo teve o objetivo de verificar a capacidade de internalização de S. Enteritidis SE86 em alface, também de avaliar se o processo de lavagem e desinfecção com água tratada corrente e posteriormente imersão em hipoclorito de sódio a 2% com cloro ativo 200 ppm por 15 minutos é capaz de controlar esse patógeno, caso ele consiga se internalizar nas alfaces. Inicialmente, as folhas de alface foram cortadas em pedaços de 5 cm x 5 cm, após, foram desinfetadas e em seguida contaminadas com o inóculo de S. Enteritidis SE86 (8 Log10UFC/mL) e incubadas por 45 minutos a 36±1 ºC. Posteriormente, para avaliar a internalização de S. Enteritidis SE86, as alfaces contaminadas foram submetidas à lavagem com álcool 80% por cinco segundos, nitrato de prata (1%) por cinco minutos e lavagem com água estéril (T1). Para verificar a eficiência do método de desinfecção em alfaces com células de S. Enteritidis SE 86 internalizada, as alfaces foram submetidas à lavagem com álcool 80% por cinco segundos, nitrato de prata (1%) por cinco minutos e posterior imersão em hipoclorito de sódio 200 ppm por 15 minutos, com posterior enxágue com água estéril (T3). A contagem de S. Enteritidis SE86 foi realizada em ágar triptona de soja e xilose lisina desoxicolato. Os resultados revelaram que houve internalização, pois no T1 foram encontrados 4,3 LogUFC/g de S. Enteritidis SE86 em alfaces. Além disso, verificou-se que os métodos de desinfecção reduziram parcialmente a contaminação, pois no tratamento T3 foram encontrados 5,45 LogUFC/g de S. Enteritidis SE86. Esses resultados permitem concluir que após a internalização do microrganismo na alface, a desinfecção não é eficaz, pois restou uma grande quantidade de S. Enteritidis SE 86. Portanto, é fundamental evitar a contaminação inicial, adotando boas práticas de produção e manipulação, a fim de diminuir a contaminação e, consequentemente, a internalização de microrganismos nas alfaces.
Palavras- chave: Internalização. Alface. Desinfecção. Salmonella Enteritidis SE86.