DIAGNÓSTICO PRECOCE EM PACIENTES COM DISTÚRBIOS ALIMENTARES - UMA REVISÃO DE LITERATURA SOB A ÓPTICA DA ODONTOLOGIA
Resumo
Introdução: De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, em 2022 estima-se que mais de 70 milhões de
pessoas no mundo sejam afetadas por algum transtorno alimentar, principalmente anorexia e bulimia nervosa. Os
dentistas desempenham um papel importante no diagnóstico precoce e na implementação do tratamento
abrangente desses pacientes. Objetivo: Este resumo visa demonstrar as características odontológicas desse
distúrbio, com foco no diagnóstico. Método: Trata-se de uma revisão de literatura, embasada na análise de artigos
científicos, publicados entre 1997 e 2023, localizados nas plataformas digitais Google Scholar, Google e PubMed.
Resultados: Segundo a OMS, em 2020 cerca de 10% dos jovens brasileiros sofrem de algum distúrbio alimentar,
porém, muitas das vezes, o diagnóstico se dá de forma tardia, quando as camadas externas do dente já foram
parcialmente ou completamente corroídas, já que a cronicidade dos vômitos leva à erosão dental. Pacientes com
bulimia nervosa comumente apresentam características orais distintas por conta da ação de ácidos de origem
interna, como por exemplo: xerostomia, cárie, hipersensibilidade dentinária e erosão dentária. Em transtornos
alimentares normalmente ocorre perda de esmalte e em seguida de dentina principalmente na face lingual; perda
do brilho normal dos dentes; exposição de dentina nas superfícies vestibulares e palatinas/linguais; restaurações
tanto de amálgama, como de resina composta, se projetam em nível mais elevado que a estrutura dentária, em
virtude do extremo desgaste dos dentes, e adquirem forma de “ilha”. Por ser um ácido intrínseco acaba causando
lesões nas superfícies palatinas dos dentes anterossuperiores. Conclusão: Portanto, cabe ao cirurgião-dentista ser
capaz de reconhecer os sinais de perimólise, já que a cavidade oral é severamente comprometida pela
regurgitação do ácido estomacal. Durante a anamnese deve-se dar enfoque ao acolhimento, sem atitude
julgadora a fim de uma manifestação espontânea do paciente, buscando assim iniciar a intervenção odontológica
e aconselhar o paciente a buscar um tratamento médico.