AVALIAÇÃO DE ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM ANIMAIS RESGATADOS E SUA ASSOCIAÇÃO COM A SAÚDE PÚBLICA.

Autores

  • Gabriele Aparecida da silva UNOESC
  • Andreia Buzatti
  • Daniele Cristine Beuron
  • Mari Jane Taube
  • Andressa Hiromi Sagae
  • Fernanda Canello Bandiera

Resumo

Introdução: Animais em situações de abandono ou maus tratos tendem a
apresentar maiores alterações orgânicas e desvios da saúde relacionados à
condição comprometida de seu status imunológico e precariedade de estado
geral. Objetivo: O presente estudo visou caracterizar as principais alterações clínicas
encontradas em animais domésticos resgatados da rua ou de situações de maus
tratos na região do Extremo Oeste de Santa Catarina. Método: Animais resgatados
em situação de abandono ou maus no extremo oeste de Santa Catarina e
atendidos nas clínicas parceiras dentro do período do estudo foram incluídos. Um
total de 47 atendimentos tiveram os dados avaliados. No procedimento inicial
para os animais com esse histórico, foi solicitado a realização de consulta de rotina,
sendo que todos os animais passaram por procedimento de resenha, anamnese,
exame físico e exames complementares quando necessário, dentro dessa consulta,
o Médico veterinário incluía os dados de maior relevância em ficha clínica
previamente formulada para posterior avaliação e categorização dos dados.
Foram avaliadas principalmente alterações clínicas que poderiam conferir risco à
saúde humana, sendo consideradas as alterações de maior importância a
presença de ectoparasitas e lesões de pele. Resultados: Das 47 fichas avaliadas, 28
foram atendimentos de cães e 19 de gatos. 95,8% das fichas descreviam presença
de ectoparasitas, sendo a pulga (Ctenocephalides canis e felis) o mais comum,
descrito em 100% dos animais positivos para ectoparasitas e o carrapato
(Rhipicephalus sanguineus) presente em 14,8% das avaliações, sendo desses, cinco
cães e dois gatos acometidos. Dentre as avaliações realizadas mais da metade dos
animais atendidos apresentaram algum tipo de lesão dermatológica (53,1% dos
pacientes), sendo a presença de pústulas e crostas a alteração mais comum
presente em 80,2% dos animais com lesão de pele, seguida por liquenificação e
hiperqueratose (43%) e foliculite ou furunculose (29,2%), porém, em alguns casos,
os animais geralmente apresentaram mais do que um tipo de lesão. Animais com
lesões de pele consistentes foram encaminhados para a realização de exames
complementares, sendo o raspado de pele para pesquisa de ectoparasitas e a
cultura fúngica os mais solicitados. Das alterações de pele de caráter zoonótico
encontradas nesses animais, a de maior diagnóstico foi a dermatofitose, considerando que de 25 animais com alteração cutânea, 32% teve cultura fúngica
positiva para algum tipo de dermatófito, seguida por presença de ácaros
sarcoptídeos, sendo que a sarna sarcóptica foi diagnosticada em 16% dos animais
com lesão de pele (quatro cães) e dois gatos foram positivos para sarna
notoédrica (8%). Conclusão: Na avaliação clínica de animais resgatados foi
possível identificar alta ocorrência de alterações de pele e presença de
ectoparasitas. Considerando a importância da identificação de lesões e a relação
de sua presença com doenças de caráter zoonótico, entende-se a importância do
manejo de cães e gatos abandonados e o diagnostico correto desses animais,
sendo que há uma prevalência significativa de diagnóstico positivo para doenças
de pele de caráter zoonótico.

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Publicado

10-11-2022

Como Citar

Aparecida da silva, G., Buzatti, A., Cristine Beuron , D., Jane Taube, M., Hiromi Sagae, A., & Canello Bandiera, F. (2022). AVALIAÇÃO DE ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM ANIMAIS RESGATADOS E SUA ASSOCIAÇÃO COM A SAÚDE PÚBLICA. Seminário De Iniciação Científica E Seminário Integrado De Ensino, Pesquisa E Extensão (SIEPE), e32058. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe/article/view/32058

Edição

Seção

São Miguel do Oeste - Pesquisa

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