AVALIAÇÃO PARASITOLÓGICA DE EXCRETAS DE POMBOS SILVESTRES (Zenaida auriculata, Des Murs, 1847) REFUGIADOS EM UMA PRAÇA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DO OESTE, SUL DO BRASIL
Resumo
Introdução: A avoante (Zenaida auriculata, Des Murs, 1847) ou pomba-de-bando é uma ave conquistou efetivamente o ambiente urbano. A adaptação dos pombos ao habitat urbano levou à acumulação dessas aves nas praças representando um risco biológico para a saúde de seres humanos e animais, uma vez que pode ser uma fonte de infecções virais, bacterianas e fúngicas, bem como um substrato para parasitos.. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi verificar a ocorrência de parasitos em pombos silvestres que se alojam em uma praça pública do município de São Miguel do Oeste, estado de Santa Catarina.. Método: As coletas foram realizadas na Praça Municipal Walnir Bottaro Daniel (Praça da Matriz). Entre os meses de dezembro de 2021 e maio de 2022 foram vistoriados mensalmente 15 diferentes pontos da praça e auxílio de uma espátula foi realizada a coleta de aproximadamente 10g de fezes de origem aviária em cada ponto. O material biológico foi armazenado em potes plásticos, devidamente identificado e as análises executadas em até 24 horas no Laboratório de Parasitologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina – Clinivet. O diagnóstico parasitológico foi realizado a partir de duas técnicas: Willis-Mollay (1921) e método de Faust e Cols. (1939), as quais correspondem à técnicas de flutuação com uso de solução hipersaturada de sacarose e de sulfato de zinco, respectivamente. As análises foram realizadas sob microscopia óptica.. Resultados: Quanto à presença de parasitos, 41 (45,6%) amostras de fezes apresentavam-se parasitados por pelo menos um táxon e 49 (54,4%) não tiveram parasitos diagnosticados. As diferenças observadas entre as proporções de parasitos nos pontos de amostragem não foram significativas (X2 = 18,856; p = 0,13). A ocorrência de protozoários da Classe Coccidea correspondeu a 78% (n = 32) das amostras positivas, consequentemente foram os parasitos mais frequentes nas amostras analisadas. Observamos também ovos da Ordem Ascaridida em 22% das amostras positivas (n = 9). Entre as amostras positivas, 20,51% foram coletadas no mês de dezembro, 17,95% foram nos meses de março e maio, 15,38% em janeiro e abril e 12,82% em fevereiro. A análise de regressão mostrou que quanto mais alta a temperatura, maior o número de parasitos nas amostras de fezes obtidas na área. A temperatura pode ter contribuído com 78% (R2= 0,78869) da abundância de parasitos. Esse relacionamento foi significativo no nível de 95% de confiança (p-valor = 0,018). Ao compararmos qual dos locais houve um índice maior de parasitos, observamos que variou a frequência dos parasitas de cada ponto analisado. Os pontos de coleta P7 (n = 6), seguido dos pontos P13 e P14 (n = 4), apresentaram maiores números de achados dentre todos os demais. Pôde-se observar que estas áreas apresentam em comum elevada circulação de pessoas, pois são pontos localizados próximos à igreja matriz e a área próxima ao parquinho recreativo. Conclusão: Concluímos que as fezes de Zenaida auriculata, apresentaram-se como um ambiente potencial para parasitos em seus diversos estágios de vida, sendo estas, um bom indicador para qualidade ambiental e sanitária do local.