INVESTIGAÇÃO DE VIROSES EM CRIANÇAS DE 0 A 12 ANOS NO PERÍODO DA PANDEMIA, EXCETUANDO-SE COVID-19
Resumo
Introdução: A pandemia de COVID-19 tem tido efeitos na sociedade em todas as idades, sendo crianças e adolescentes um grupo vulnerável tanto quanto os idosos. Embora em idade pediátrica a doença tenha uma apresentação clínica mais branda e com melhor prognóstico comparado aos adultos, o isolamento social e as alterações no quotidiano têm efeitos colaterais com elevado impacto. As medidas de contenção da COVID-19 apresentaram diversas estratégias de cuidado e higiene, além do isolamento social. Com isso, as crianças em idade escolar assim como seus tutores tiveram períodos de lockdown total ou parcial. No caso das crianças, o fechamento de escolas e creches promoveu seu isolamento do contato com outras crianças, que de certa forma, reduziram as transmissões verticais de diversas doenças infectocontagiosas. Objetivo: Conhecer a incidência das viroses que não sejam Covid-19 em crianças de 0 a 12 anos do município de Xanxerê-SC, registradas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no período da pandemia. Método: Foi realizado um levantamento de forma retrospectiva por meio da avaliação dos registros de prontuários eletrônicos das UBS, do atendimento de crianças com viroses, excetuando-se Covid-19, no período de pandemia (entre março de 2020 a junho de 2021). O projeto foi submetido e aprovado pelo CEP sob número CAAE: 50655521.7.0000.5367. Resultados: Os resultados demonstraram que as idades das crianças com maior número de atendimentos ficaram entre 3 a 6 anos. Também demonstrou que o maior número de registros nas UBS do município foi de Infecção aguda das vias aéreas superiores não especificada, seguidas de amigdalite e influenza (não covid-19). No entanto, percebeu-se muita variação no preenchimento dos prontuários dos pacientes, dificultando uma homogeneidade nos registros epidemiológicos. Conclusão: A partir de levantamento realizado por meio de busca de dados em sistema utilizado pelas UBSs de Xanxerê, podemos concluir que mesmo em lockdown, as incidências virais na fase infantil foram evidenciadas, sendo problemas de saúde pública que devem ser abordados de forma integral. Por outro lado, o estudo mostrou resultados insatisfatórios em relação a precisão de diagnósticos e encaminhamentos médicos a especialistas, chamando atenção para a importância da padronização dos registros epidemiológicos pelos profissionais da saúde.
Palavras-chave: Epidemiologia; Pandemia; Viroses infantis.