GOALBALL : UMA PRÁTICA REFLEXIVA SOBRE INCLUSÃO
Resumo
Introdução: A atividade de Goalball realizada nos jogos de integração universitária
da Unoesc de Chapecó, se mostrou uma interessante e envolvente prática reflexiva
sobre a inclusão. Objetivo: Envolver estudantes de graduação numa prática reflexiva
de inclusão, por meio do jogo do Goalball. Método: Foram realizadas entrevistas com
oito estudantes - quatro do curso de Matemática e quatro da Educação Especial -,
que vivenciaram o jogo de goalball e se colocaram na condição da pessoa com
deficiência visual. Foram excluidos das entrevistas os demais estudantes que
auxiliaram apenas na organização. A entrevista foi composta por questões abertas
que conduzia aos sujeitos enunciar suas vivências acerca do jogo Goalball, os
desafios, as percepções de limitações sobre jogo e a inclusão. As entrevistas foram
realizadas via GoogleMeet e gravadas, posteriormente transcritas, categorizadas e
analisadas. Como categorias de análise citamos; a limitação sensorial vivenciada; os
desafios da alteridade; adequações inclusivas. A teoricização da análise ocorreu por
meio da perspectiva histórico-cultural. Resultados: Os principais resultados
evidenciam que a vivência no jogo Goalball possibilita descrever a sensação de ser
uma pessoa com deficiência, explicitando os desafios, as superações e as
necessidades de reflexões acerca do processo de inclusão. Além de destacar a
importância de mais momentos que possibilitem vivências de inclusão num
movimento de alteridade, ou seja, no movimento de, a partir do lugar do outro, ter
o direito de enunciar as necessidades. Conclusão: Com o objetivo de envolver
estudantes de graduação numa prática reflexiva de inclusão, por meio do jogo do
Goalball, este trabalho possibilitou destacar os desafios de vivenciar, na prática, um
momento de inclusão. Os sujeitos relataram suas percepções acerca das limitações
práticas e sensoriais que sentiram no momento do jogo, sobre as dificuldades
efetivação da experiência de inclusão, uma vez que as pessoas que assistiam aos
jogos faziam barulho, o que atrapalhava aos jogadores vendados de se concentrar
e escutar o guizo da bola. Este estudo aponta a necessidade da realização de mais
atividades de inclusão, ampliando assim o repertório conceitual, atitudinal e teórico
sobre a inclusão.