Fatores de resistência à implantação do sistema de conhecimento de transporte eletrônico (CT-e) em duas grandes transportadoras rodoviárias de cargas
DOI:
https://doi.org/10.18593/race.v16i2.13341Abstract
Resumo
Neste estudo teve-se por objetivo identificar quais os principais fatores de resistência estavam presentes no processo de implantação do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) em duas grandes empresas de transportes de cargas da região de Chapecó, SC. A pesquisa classifica-se como qualitativa em relação ao problema e como descritiva quanto aos objetivos, empregando na coleta de dados um questionário padronizado aplicado aos administradores e contadores das duas transportadoras. Foi investigado sobre seis possíveis categorias de fatores de resistência na implementação do CT-e: poder institucional, insegurança ontológica, confiança, inércia, falta de conhecimento e aceitação de rotinas. As respostas coligidas demonstraram que dos fatores analisados somente o aspecto relacionado ao poder institucional não foi identificado como presente nas duas empresas por ocasião da adoção do CT-e e que houve maior resistência no âmbito administrativo, se comparado ao setor contábil dessas companhias. Como limitações, cabe apontar o fato de ter suas conclusões circunscritas à realidade das duas transportadoras e de abranger somente seis tipos de fatores de resistência.
Palavras-chave: Fatores de resistência. Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e). Transportadora rodoviária de cargas.
Abstract
The study aimed to identify what are the main resistant factors to the implementation of the Electronic Bill of Lading system (BL-e) in two big highway cargo shipping companies in the region of Chapecó, SC. The research can be classified as qualitative in relation to the problem and as descriptive in relation to the objectives, employing in the data collection a standard quiz applied to the administrators and accountants of two shipping companies. It was investigated about six possible categories of resistant factors to the implementation of the BL-e: institutional power, ontological insecurity, confidence, inertia, lack of knowledge, and acceptance of routines. The collected answers showed that from the analyzed factors only the aspects related to the institutional power were not identified as present in the two companies by occasion of adoption of BL-e that there was a great resistance in the administrative scope, if compared to the accounting sector of these companies. As limitations, it is worth pointing the fact of having their conclusions limited to the reality of the two shipping companies and including only six types of resistance factors.
Keywords: Resistance factors. Electronic Bill of Lading system (BL-e). Highway cargo shipping.
Downloads
References
ANGONESE, R.; LAVARDA, C. E. F. Análise dos fatores de resistência envolvidos no processo de mudança no sistema de contabilidade gerencial. Revista Contabilidade e Finanças, USP, São Paulo, v. 25, n. 66, p. 214-227, set./dez. 2014.
BURNS, J.; SCAPENS, R. W. Conceptualizing management accounting change: an institutional framework. Management Accounting Research, v. 11, n. 1, p. 3-25, 2000.
BUSCO, C.; RICCABONI, A.; SCAPENS, R. W. Trust for accounting and accounting for trust. Management Accounting Research, v. 17, n. 1, p. 11-41, 2006.
CASAGRANDE, V. N.; ALMEIDA, J. V.; MOURA, F. S. Escrituração digital: percepção dos profissionais da contabilidade em relação aos impactos da adoção do Sped. Revista Brasileira de Contabilidade, n. 213, p. 67-79, 2015.
CHERMAN, A.; ROCHA-PINTO, S. R. Valoração do conhecimento nas organizações e sua incorporação nas práticas e rotinas organizacionais. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 18, n. 61, p. 416-435, 2016.
CNT. Confederação Nacional do Transporte. Anuário CNT do Transporte 2016 – Estatísticas Consolidadas. Disponível em: http://anuariodotransporte.cnt.org.br/. Acesso em: 12 jul. 2016.
CUNNINGHAM, C. E.; WOODWARD, C. A.; SHANNON, H. S.; MACINTOSH, J.; LENDRUM, B.; DROSENLOOM, D.; BROWN, J. Readiness for organizational change: a longitudinal study of workplace, psychological and behavioral correlates. Journal of Occupational and Organizational Psychology, v. 75, n. 4, p. 377-92, dez. 2002.
FETRANCESC. Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Estado de Santa Catarina. Disponível em: http://www.fetrancesc.com.br//index.php?codpagina=00036683. Acesso em: 08 jun. 2016.
FETZNER, M. A. M.; FREITAS, H. M. R. Repensando questões sobre mudança, afeto e resistência na implementação de SI. Revista Eletrônica de Administração, v. 71, n. 1, p. 1-26, jan./abr. 2012.
GERON, C. M. S.; FINATELLI, J. R.; FARIA, A. C.; ROMEIRO, M. C. SPED – Sistema Público de Escrituração Digital: percepção dos contribuintes em relação os impactos de sua adoção. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, v. 5, n. 2, p. 44-67, mai/ago. 2011.
GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GRAEML, A. R. Ponderação e gerenciamento dos riscos da tecnologia da informação. Anais... In: XVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção ENEGEP, Niterói – RJ, set. 1998.
GUERREIRO, R.; PEREIRA, C. A.; FREZATTI, F. Aplicação do modelo de Burns e Scapens para avaliação do processo de institucionalização da contabilidade gerencial. Revista Organizações & Sociedade, Salvador, v. 15, n. 44, p. 45-62, mar. 2008.
HERNANDEZ, J. M. C.; CALDAS, M. P. Resistência à mudança: uma revisão crítica. Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 2, p. 31-45, 2001.
KIM, H.; KANKANHALLI, A. Investigating user resistance to information systems implementation: a status quo bias perspective. MIS Quarterly, n. 33, v. 3, p. 567-582, 2009.
KLANN, R. C.; LIMA JUNIOR, R.; BEUREN, I. M. Mudanças nos hábitos e rotinas da contabilidade gerencial nas empresas de governança corporativa de Santa Catarina. Contabilidade Vista & Revista, v. 17, n. 3, p. 67-89, jul./set. 2006.
LAPOINTE, L.; RIVARD, S. A multilevel model of resistance to information technology implementation. MIS Quarterly, v. 29, n. 3, p. 461-491, 2005.
LATOUR, B. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. Salvador:
EDUFBA/EDUSC, 2012.
LEAL FILHO, J. G. Aprendizagem organizacional e gestão estratégica participativa: teoria e prática para criação de organizações que aprendem. Curitiba: Juruá, 2005.
MACÊDO, D. G.; GAETE, L.; JOIA, L. A. Antecedentes à resistência a sistemas empresariais: a perspectiva de gestores brasileiros. Revista de Administração Contemporânea, v. 18, n. 2, p. 139-160, 2014.
MARCONI, N. A evolução do perfil da força de trabalho e das remu¬nerações nos setores público e privado ao longo da década de 1990. Revista do Serviço Pú¬blico, [S. l.], v. 54, n. 1, p. 9-45, 2003.
MARQUES, A. L.; BORGES, R. S. G.; ALMADA, L. Resistência à mudança organizacional e estresse no trabalho. Revista de Administração FACES Journal, v. 15, n. 1, p. 8-24, 2016.
MILLER, D.; FRIESEN, P. H. Momentum and revolution in organizational adaptation. Academy of Management Journal, v. 23, n. 4, p. 591-614, 1980.
NEVES JÚNIOR, I. J.; MOREIRA, S. A.; NUNES, A. R.; CUNHA, G. B. SPED: a percepção dos usuários do Distrito Federal quanto à efetividade da escrituração fiscal. Revista Brasileira de Contabilidade, n. 218, p. 25-38, 2016.
OLIVEIRA, M. M.; PONCHIO, M. C.; SACOMANO NETO, M. PIZZINATTO, N. K. Análise dos fatores de resistência na implantação de sistemas de informação na manufatura de eletrônicos. Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação, v. 6, n. 3, p. 507-524, 2009.
OLIVER, C. Sustainable competitive advantage: combining institutional and resource-based views. Strategic Management Journal, v. 18, n. 9, p. 697-713, 1997.
PASA, E. C. O Uso de documentos eletrônicos na contabilidade. Revista Contabilidade & Finanças FIPECAFI - FEA - USP, São Paulo, FIPECAFI, v.14, n. 25, p. 72 - 83, jan./abr. 2001.
PORTAL DO CT-e. Conhecimento de Transporte Eletrônico. Obrigatoriedade de Emissão de CT-e e Credenciamento. Disponível em: http://www.cte.fazenda.gov.br/perguntasFrequentes.aspx?tipoConteudo=kksmKsigLAA=. Acesso em: 06 abr. 2016.
QUATTRONE, P.; HOPPER, T. What does organizational change mean? Speculations on a taken for granted category. Management Accounting Research, v. 12, n. 4, p. 403-435, 2001.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL (RFB). Conheça o SPED. Disponível em: http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/default.htm. Acesso em: 06 abr. 2016
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. 15. reimpr. São Paulo: Atlas, 2014.
ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisa em Administração: guia para estágio, trabalho de conclusão, dissertações e estudo de caso. São Paulo: Atlas, 2006.
SCAPENS, R. W. Understanding management accounting practices: a personal journey. The British Accounting Review, 38, p. 1-30, 2006.
SCOTT, W. R. Institutions and organizations. Thousand Oaks, CA: Sage, 2001.
SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Objetivos do CT-e. Disponível em: https://www.fazenda.sp.gov.br/cte/objetivos/objetivos.asp. Acesso em: 11 set. 2016.
SEIJTS, G. H., ROBERTS, M. The impact of employee perceptions on change in a municipal governament. Leadership & Organization Development Journal, v. 32, n. 2, p. 190-213, 2011.
SLAVIEIRO, C.; PASTRE, F.; DEDONATTO, O. Os principais impactos à aplicação das normas internacionais de contabilidade: reflexos nas demonstrações contábeis dos segmentos frigorífico e transporte. Anais... In: V Congresso UFSC de Controladoria e Finanças & Iniciação Científica em Contabilidade, Florianópolis – SC, 2014.
SOIN, K.; SEAL, W.; CULLEN, J. ABC and organizational change: an institutional perspective. Management Accounting Research, v. 13, p. 249-271, 2002.
STEEN, M. V. D. Inertia and management accounting change: the role of ambiguity and contradiction between formal rules and routines. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 22, n. 5, 736-761, 2009.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
ZONI, L.; DOSSI, A.; MORELLI, M. Management accounting system (MAS) change: fields evidences. Asian-Pacific Journal of Accounting & Economics, v. 19, n. 1, p.119-138, 2012.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
RACE – Business, Accounting and Economy Journal from Publisher Unoesc is licenced with a Licence Creative Commons – Noncommercial Attribution 4.0 International.