Hedge Accounting: International Financial Reporting Standards e Normas do Banco Central do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18593/race.23735

Palavras-chave:

Hedge Accounting, IAS 39, IFRS 9, COSIF

Resumo

Em 2008 foi anunciada a revisão do International Accounting Standard (IAS 39), segmentada em três etapas principais, a classificação e mensuração dos instrumentos financeiros, a introdução de uma nova metodologia para o cálculo de perda incorrida (impairment) e hedge accounting. Esse projeto resultou na publicação, em julho de 2014, da nova norma dos Instrumentos Financeiros, o IFRS 9. O objetivo deste estudo foi analisar os principais impactos trazidos pelo IFRS 9, frente aos normativos contábeis do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif), no que tange à contabilização de hedge accounting. Realizou-se uma análise comparativa dos normativos locais e internacionais e, de modo complementar, analisou-se o impacto da aplicação dos padrões contábeis internacionais nas demonstrações contábeis brasileiras em Generally Accepted Accounting Principles do Banco Société Générale do Brasil, com data-base de 30 de junho de 2017. Os resultados da pesquisa mostram que, com as alterações trazidas pelo IFRS 9, maior detalhamento das informações sobre o hedge accounting passou a ser exigido, o que impacta consideravelmente o conteúdo e o formato atual das notas explicativas. A análise das notas explicativas da instituição financeira revelou a necessidade de adequação quanto à forma de divulgação dos itens designados como instrumentos de hedge, separados por categoria de risco, e quanto ao formato requerido, apresentar um nível de detalhamento dos valores por categoria de risco para os tipos de hedge. Nesse sentido, o estudo tem como principal contribuição a demonstração de que os requerimentos locais das divulgações dos instrumentos financeiros precisam de adequações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ilse Maria Beuren, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutora em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP

Professora do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

 

Referências

Banco Central do Brasil. (1987). Circular Bacen nº 1.273, de 29 de dezembro de 1987. Instituiu a adoção obrigatória do plano contábil das instituições do sistema financeiro nacional – COSIF. Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2001). Circular Bacen nº 3.068, de 08 de novembro de 2001. Estabelece critérios para registro e avaliação contábil de títulos e valores mobiliários. Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2002a). Circular Bacen nº 3.082, de 30 de janeiro de 2002. Estabelece e consolida os critérios para registro e avaliação contábil de instrumentos financeiros derivativos. Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2002b). Circular Bacen nº 3.129, de 27 de junho de 2002. Divulga procedimento relativo à instrução de processos por parte de instituições financeiras. Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2002c). Circular Bacen nº 3.150, de 11 de setembro de 2002. Estabelece critérios para registro e avaliação contábil de instrumentos financeiros derivativos, contratados de forma associada a operação de captação ou aplicação de recursos. Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2006). Comunicado n.º 14.259, de 10 de março de 2006. Comunica procedimentos para a convergência das normas de contabilidade e auditoria aplicáveis às instituições financeiras e às demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil com as normas internacionais promulgadas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pela International Federation of Accountants (IFAC). Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2007). Circular Bacen nº 3.354, de 27 de junho de 2007. Estabelece que a intenção de negociação precisa estar comprovada por meio de estratégias claramente documentadas e políticas e procedimentos de gestão ativas definidas. Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2008). Comunicado nº 16.669, de 20 de março de 2008. Comunica os procedimentos para a adequação das normas de contabilidade e auditoria aplicáveis às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil às disposições constantes da Lei nº 11.638, de 31 de dezembro de 2007. Brasília, DF: Bacen.

Banco Central do Brasil. (2006). Relatório de Diagnóstico da Convergência às Normas Internacionais ao IAS 39. Brasília, DF: Departamento de Normas e Organização do Sistema Financeiro. https://www.bcb.gov.br/nor/convergencia/IAS_39_Instrumentos_Financeiros_Registro_de_Operacoes_de_Hedge.pdf

Banco Central do Brasil. Edital de Consulta Pública nº 54, de 30 de agosto de 2017. https://www.bcb.gov.br/htms/EditalConsultaPublica54.pdf

Barth, M. E., Landsman, W. R., & Lang, M. H. (2007, September). International Accounting Standards and Accounting Quality. Research Papers Series, 1976, 1-52.

Bernhardt, T., Erlinger, D., & Unterrainer, L. (2014). The new rules for hedge accounting from the risk management’s perspective. ACRN Journal of Finance and Risk Perspectives, 3(3), 63-66. http://www.acrn-journals.eu/iframe-3/jofrp/jofrp0303.html

Capelletto, L. R., Oliveira, J. L., & Carvalho, L. N. (2007). Aspectos do hedge accounting não implementados no Brasil. Revista de Administração da USP, 42(4), 511-523.

Campbell, J. L., Mauler, J. L., & Pierce, S. R. (2019). A review of derivatives research in accounting and suggestions for future work. Journal of Accounting Literature, 42(2), 44-60.

Carmo, C. H. S., Ribeiro, A. M., & Carvalho, L. N. G. (2011). Convergência de fato ou de direito? A influência do sistema jurídico na aceitação das normas internacionais para pequenas e médias empresas. Revista de Contabilidade & Finanças, 22(57), 242-262.

Ernst & Young, & Fipecafi. (2010). Manual de Normas Internacionais de Contabilidade: IFRS versus normas brasileiras. Atlas.

Feitosa, W. S. V. F., Galdi, F. C., & Hartwig, A. (2020). A adoção de hedge accounting e a persistência dos resultados divulgados pelos bancos em atuação no mercado brasileiro. Contabilidade Vista & Revista, 30(3), 106-127.

Financial Accounting Standards Board. (1998). Statement of financial accounting standards.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (4a ed.). Atlas.

Ghasmi, H. M. (2016). Deliberative and comparative study of international financial reporting standards IFRS 9. International Journal of Science Research and Tecnology, 2(2), 23-32.

Glaum, M., & Klöcker, A. (2011). Hedge Accounting and its influence on financial hedging: Evidence from Germany and Switzerland. Journal Accounting and Business Research, 41(5), 459-489.

International Accounting Standards Board. (2003). Exposure draft of proposed amendments to IAS 39 financial instruments: Recognition and measurement fair value hedge accounting for a portfolio hedge of interest rate risk. http://app1.hkicpa.org.hk/professionaltechnical/accounting/rm/ed-ias39mh.pdf

International Financial Accounting Standards. (2017a). Financial Instruments. IAS 9. https://www.iasplus.com/en-us/standards/international/ifrs-en-us/ifrs9

International Financial Accounting Standards. (2017b). Statement of cash flows. IAS 7. https://www.iasplus.com/en/standards/ias/ias7

KPMG. (2016). IFRS 9 - Instrumentos financeiros: Novas regras sobre a classificação e mensuração de ativos financeiros, incluindo a redução no valor recuperável. KPMG. https://assets.kpmg.com/content/dam/kpmg/pdf/2016/04/ifrs-em-destaque-01-16.pdf

Lei n.º 6.404. (1976, dezembro 17).

Lei n.º 6.385. (1976, dezembro 7).

Lei n.º 11.638. (2007, dezembro 28).

Lei n.º 11.941. (2009, maio 27).

Marques, M. T., Dalmácio, F. Z., & Rezende, A. J. (2020). IFRS vs BACEN GAAP: Accounting information’s value relevance of the Brazilian financial institutions. Anais do USP International Conference Accounting, São Paulo, SP, Brasil, 20.

Niyama, J. K., Costa, P. S., & Aquino, D. R. B. (2005). Principais causas das diferenças internacionais no financial reporting: Uma pesquisa empírica em instituições de ensino superior do nordeste e centro-oeste do Brasil. Contexto, 5(8), 1-15.

Oliveira, J. L. (2003). A aplicação e a divulgação do hedge accounting nas demonstrações contábeis de bancos brasileiros em 2002. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, DF, Brasil.

Pierce, S. (2020). Determinants and consequences of firms’ derivative accounting decisions. Journal of Financial Reporting. https://papers.ssrn.com/sol3/Papers.cfm?abstract_id=2685896

PriceWaterhouseCoopers Brasil. (2017). IFRS 9 O tempo está esgotando: Analisando as implicações da nova norma sobre instituições financeiras. https://www.pwc.com.br/pt/estudos/servicos/auditoria/2017/f220_ifrs9_17.pdf

Santos, E. S., Cia, J. N. S., & Cia, J. C. (2011). US GAAP x Normas Brasileiras: Mensuração do impacto das diferenças de normas no lucro duplamente reportado pelas empresas brasileiras emissoras de ADRs na NYSE. Revista de Administração Mackenzie, 12(1), 82-111.

Saito, S., & Fukui, Y. (2016). Hedging and hedge accounting in a multiperiod world: A cash flow-centered view. SSRN, Working Paper. https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2710985

Singh, J.P. (2017). Hedge Accounting under IFRS 9: An analysis of reforms. Audit Financiar, 15(145), 103-113.

Downloads

Publicado

17-08-2020

Como Citar

Iudícibus, S. de, Lacanna, A. P. C. ., Pereira, J. E. A. ., & Beuren, I. M. (2020). Hedge Accounting: International Financial Reporting Standards e Normas do Banco Central do Brasil. RACE - Revista De Administração, Contabilidade E Economia, 20(1), 9–34. https://doi.org/10.18593/race.23735

Edição

Seção

Contabilidade