As finalidades do orçamento na influência do isomorfismo institucional na autorrejeição
DOI:
https://doi.org/10.18593/race.22336Palavras-chave:
Finalidades do orçamento, Respostas estratégicas, Teoria Institucional, Isomorfismo institucionalResumo
O presente trabalho teve por objetivo examinar a influência do isomorfismo institucional na autorrejeição ao orçamento, mediada pelas finalidades do artefato. Aponta-se a importância do estudo do setor farmacêutico brasileiro pois este representa um exemplo peculiar de discussão institucional, considerando as pressões de isomorfismo institucional sofridas pelo setor. O estudo é descritivo, de abordagem quantitativa, caracterizado como pesquisa de levantamento, tipo survey. Para cumprir o objetivo foram utilizados os pressupostos de DiMaggio e Powell (1983), as respostas estratégicas de desafiar e manipular do modelo conceitual de Oliver (1991) e as finalidades do orçamento utilizadas por Ekholm e Wallin (2011). A população selecionada foram os gerentes das empresas do setor farmacêutico vinculadas ao Guia da Farmácia, e a amostra final foi composta por 147 respostas válidas. Para a análise de dados foi utilizada a Modelagem de Equações Estruturais. Os resultados apontam para uma influência positiva do isomorfismo institucional nas finalidades de planejamento e diálogo. Não foi encontrada, porém, influência das finalidades do orçamento na autorrejeição. O isomorfismo institucional ainda apresentou influência positiva na autorrejeição do orçamento. Como contribuições, o estudo traz indícios de que os fatores de isomorfismo levam a uma melhor utilização das finalidades do orçamento, levam também a uma rejeição do artefato, que pode estar ligada a fatores de multiplicidade e restrição.
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