AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E O ENSINO DE CIÊNCIA

Autores/as

  • Clarice dos Santos UNOESC-VIDEIRA
  • Aldair Laeufer Crema UNOESC-VIDEIRA
  • Vanessa Wegner Agostini

Resumen

A partir do pressuposto que o professor de ciências e biologia, ao planejar as suas aulas práticas no laboratório didático, alicerça-as em suas próprias concepções pedagógicas, é de suma importância reconhecer que concepções são essas e como elas influenciam o seu fazer pedagógico. Dentro desse contexto, o presente artigo teve como objetivo reconhecer as principais concepções pedagógicas e suas implicações no ensino de ciências, principalmente durante a realização de aulas práticas no laboratório didático. Este estudo surgiu a partir de uma proposta de leitura sobre o behaviorismo e o construtivismo no ensino de ciências na disciplina de Fundamentos Pedagógicos e Metodológicos do Processo Educativo, do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Unoesc de Videira, SC. Para sua elaboração, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o comportamentalismo, o construtivismo piagetiano, o sócio-construtivismo e a aprendizagem significativa, e como essas concepções são aplicadas nas aulas práticas de ciências do Ensino Fundamental. Entre os dados obtidos, destaca-se que, no comportamentalismo, o professor age como detentor do conhecimento e sua função é transmiti-lo aos alunos, e a utilização do laboratório didático serve ao propósito de comprovar a teoria ou ilustrar um fenômeno. No construtivismo piagetiano, cabe ao professor orientar os alunos na busca pelo conhecimento e, desse modo, as aulas práticas são utilizadas com o objetivo de criar situações que agucem os conflitos no aluno, que o leve a questionar seu conhecimento prévio e sinta a necessidade de assimilar novos conceitos. No sócio-construtivismo, o papel do professor é oportunizar condições para que adquiram conhecimento,  por meio da mediação e da relação de igualdade e, nesse caso, a utilização do laboratório didático estaria alicerçada a uma forma de dar início à formação de uma nova estrutura cognitiva na mente dos alunos. Já na aprendizagem significativa, o professor de ciências deve criar situações que, por um lado explorem os conhecimentos prévios dos alunos e, por outro, estabeleçam ligações entre esses conhecimentos e os conceitos científicos que são necessários aprender. A partir de tais constatações, pôde-se concluir que apesar de se falar muito em construtivismo em sala de aula, são poucos os professores que conseguem aplicá-lo, uma vez que existem muitos aspectos desde a formação inicial que, na sua maioria, não prepara os docentes sob essa ótica de trabalho, até a formação continuada, que muitas vezes não acontece. Aliadas a isso, ainda há as estruturas físicas, humanas e teóricas deficitárias das unidades escolares, onde não se encontram laboratórios com materiais específicos para as práticas; tudo isso reflete no trabalho do professor e compromete o aprendizado dos alunos. No entanto, faz-se necessário romper com práticas ultrapassadas e garantir a todos os direitos de aprendizagem com qualidade.

Palavras-chave: Concepções pedagógicas. Ensino de ciências. Laboratório didático. Professor de ciências.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ABEGG, Ilse:BASTOS, Fábio da Purificação.Fundamentos para uma prática de ensinoinvestigativo em Ciências Naturais e suas tecnologias:Exemplar de uma experiência em séries iniciais. Revista Electrónica de Ensenãnza de lãs Ciencias.V.4.N.3, 2005.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez Editora, 1992.

CAMARA ZACHARIAS, Vera Lúcia. Skinner e o behaviorismo. Centro de Referência Educacional [online]. 2007a. Disponível em: http://www.centrorefeeducacional.com.br/piaget.htmlAcesso em: 27 abri.2009.

CAMARA ZACHARIAS, Vera Lúcia. Piaget. Centro de Referência Educacional [online]. 2007a. Disponível em: http://www.centrorefeeducacional.com.br/piaget.htmlAcesso em: 27 abri.2009.

CAMPOS, Maria Cristina da Cunha; NIGRO, Rogério G. Didática de ciências: o ensinoaprendizagem como investigação. São Paulo: FTD, 1999.

CHAKUR, Cilene R.;SILVA, Rita de C.;MASSABNI, Vânia G. O construtivismo no ensino fundamental: um caso de desconstrução. Anped, 2004. Disponìvel em:

http://www.anped.org.br/reunioes/27/gt20/t203.pdf. Acesso em: 15 dez.2011.

CHIAROTTINO, Zelia Ramozzi. Psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget. São Paulo: EPU, 1988.

GIANI, Kellen. A experimentação no ensino de Ciências: possibilidades e limites na busca de uma aprendizagem significativa. Dissertação de Mestrado. Universidade de Brasília. Programa de Pós-graduação em Ensini de Ciências. Brasília-DF, maio de 2010. Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/9052/2010¬_KellenGiani.pdf. Acesso em: 18 jan.2012.

GIANI, Kellen; CARNEIRO;Maria Helena da Silva A utilização prática com botões como meio para a aquisição de uma aprendizagem significativa no ensino da classificação dos seres vivos.In: VII ENPEC, 2009, Florianópolis, Anais... Belo Horizonte: ABRAPEC, 2009.

GUIMARÃES, Cleison C.Experimentação no ensino de Química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Revista Química Nova na ESCOLA. V.31, n.3. p.198-202, 2009ª. Disponível em .

Acesso em, 10 jan.2012.

KRASILCHIK, Myriam. O professor e o currículo das ciências. São Paulo:EPU, Editora da Universidade de São Paulo, 1987.

KRASILCHIK, Myriam. Práticas de ensino de biologia. 4 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987.

MORAES, Roque. As práticas e a experimentação no processo de pesquisa. In: PAVAO, Antonio Carlos;FREITAS, Denise de. (ORGS). Quanta ciência há no ensino de ciências? São Carlos: EDUFSCar, 2008,p.195-208.

PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. São Paulo: Vozes, 1973.

PIAGET, Jean. A construção do real na criança. 14 ed. São Paulo: Editora Ática, 2002.

PIAGET, Jean; INHELDER, Bärbel. A psicologia da criança. 14 ed. São Paulo: Bertrand, 1995.

PINHO ALVES, J. Atividades experimentais: do método à prática construtivista. Tese (Doutorado em Educação)-Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

ROSITO, Berenice Alvares. O ensino de ciências e a experimentação. In: MORAES, Roque (ORG.) Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 3 ed. Porto Alegre: EDUFSCar, 2008,p.195-208.

SANTOS, E. D. A experimentação no ensino de ciências de 5ª a 8ª série do ensino fundamental: tendências da pesquisa acadêmica entre 1972-1995. Dissertação (Mestrado em Educação)-Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.

SILVA, R. R.; MACHADO, P. L. Experimentação no ensino médio de química: a necessária busca da consciência ético-ambiental no uso e descarte de produtos químicos – um estudo de caso. Ciência e Educação, Bauru, v.14; n.2, p. 233-249, 2008.

SKINNER, Burrhus Frederic. A análise do comportamento In: Ciências e Comportamento Humano. 3 ed. São Paulo ED. USP, 1976.

VIEIRA, Timoteo Madaleno. Cognitivismo. Material didático PUC Goiás, 2005. Disponível em: http://professor.ucg.br;sitedocente/admin/arquivosUpload/12902/material/Aula%201%20-%20Cognitivismo.pdfAcesso em: 17 dez. 2011.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução: José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna, Solange Castro Afeche. 6 ed. São Paulo:Martins Fontes, 1998.

Publicado

2014-05-21

Cómo citar

Santos, C. dos, Crema, A. L., & Agostini, V. W. (2014). AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM E O ENSINO DE CIÊNCIA. Jornada Integrada Em Biologia, 9. Recuperado a partir de https://periodicos.unoesc.edu.br/jornadaintegradaembiologia/article/view/4723

Número

Sección

Resumos