A EFETIVIDADE DO TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO COM POWERBREATHE EM ATLETAS DE BASQUETE
Abstract
O exercício físico se caracteriza por uma situação que retira o organismo de sua homeostase, pois implica aumento instantâneo da demanda energética da musculatura exercitada. O POWERbreathe Classic Medic é um aparelho utilizado no treinamento muscular inspiratório, visto que a aplicação deste em atletas e em pacientes com alterações respiratórias acarreta melhora da força muscular inspiratória e da performance. Diante disso, neste estudo teve-se como objetivo verificar a efetividade do treinamento muscular inspiratório em atletas de basquete da associação de basquete de Luzerna, Joaçaba e Herval d’Oeste. Trata-se de um estudo clínico transversal; a amostra foi composta por sete atletas do time de basquete Ablujhe. Primeiramente, foi realizada avaliação da capacidade cardiorrespiratória (Pimáx, Pemáx, S-index, PIF e TC6). O treinamento muscular foi realizado durante quatro semanas (16 sessões) utilizando o Incentivador Inspiratório muscular (POWERbreathe Classic Medic), e a resistência imposta foi determinada pela avaliação Pimáx; em cada sessão era realizada uma série de 30 repetições. Verificou-se que após 16 sessões de treinamento muscular houve aumento significativo da Pimáx, S-index e PIF nos atletas. Esse resultado não se aplica aos valores da Pemáx. Observou-se que o aumento da Pimáx está associado ao aumento da resistência imposta pelo aparelho a partir da terceira semana de treinamento. Dessa forma, conclui-se que a utilização do POWERbreathe Classic Medic se demonstrou eficaz no ganho de força muscular inspiratória em atletas de basquete e que esses efeitos podem beneficiar outras modalidades esportivas.
Palavras-chave: Exercícios respiratórios. Mecânica respiratória. Modalidades de fisioterapia.
Downloads
References
AL-TEMIMI, M. H. et al. When is death inevitable after emergency laparotomy? Analysis of the American College of Surgeons National Surgical Quality Improvement Program database. Journal of the American College of Surgeons, v. 215, i. 4, p. 503-511, 2012.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE; AMERICAN HEART ASSOCIATION.
Exercise and acute cardiovascular events: placing the risks into perspective. Med Sci Sports Exerc., v. 39, n. 5, p. 886-897, 2007.
AMONETTE, W.; DUPLER, T. The effects of respiratory muscle training on VO2 max, the ventilatory threshold and pulmonary function. Journal of Exercise Physiology, Duluth, v. 5, i. 2, p. 29-35, 2002.
ANDRADE, L. A. de; RAHMEIER, L. Alterações respiratórias em atletas de futebol de campo: uma revisão integrativa. Unifra, Santa Maria, 2012.
ATS/ERS Statement on Respiratory Muscle Testing. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, New York, v. 166, p. 518-624, 2002.
AZEREDO, C. A. C. Fisioterapia respiratória moderna. 4. ed. São Paulo: Manole, 2002.
CADER, S. et al. Efeito do treino dos músculos inspiratórios sobre a pressão inspiratória máxima e a autonomia funcional de idosos asilados. Motricidade, Santa Maria da Feira, v. 3, n. 1, p. 279-288, jan. 2007.
CHARUSUSIN, N. et al. Inspiratory muscle training protocol for patients with chronic obstructive pulmonary disease (IMTCO study): a multicentre randomised controlled trial. BMJ open, v. 3, n. 8, p. e003101, 2013.
COSTA, D. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Atheneu, 2004.
ENRIGHT, P. L.; SHERRILL, D. L. Reference equations for the six-minute walk in healthy adults. Am. J. Resp. Crit. Care Med., v. 158, p. 1384-1387, 1998.
ESTEVES, F. et al. Treino de músculos inspiratórios em indivíduos saudáveis: estudo randomizado controlado. Revista saúde e tecnologia, 2016.
FARKAS, G. A.; FRANK, J. C.; DUDLEY F. R. Contractility of the ventilatory pump muscles.Medicine and science in sports and exercise, v. 28, i. 9, p. 1106-1114, 1996.
FERNER, H.; STAUBESAND, J. Sobott ‒ Atlas de Anatomia Humana. 18. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1982.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Fox – Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
FREITAS, C. G. et al. Carga interna, tolerância ao estresse e infecções do trato respiratório superior em atletas de basquetebol. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, v. 15, n. 1, p. 49-59, 2013.
GEMELLI, M. Avaliação da influência de técnicas fisioterapêuticas manuais, direcionadas à cadeia respiratória, sobre os volumes e capacidades pulmonares e pressões inspiratória e expiratória em atletas de natação. 2004. 77 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Fisioterapia)–Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Disponível em: <http://www.unioeste.br/projetos/elrf/monografias/20041/tcc/pdf/mauro.PDF>. Acesso em: 02 out. 2016.
GONÇALVES, M. P. et al. Avaliação da força muscular inspiratória e expiratória em idosas praticantes de atividade física e sedentárias. R. bras. Ci e Mov., v. 14, n. 1, p. 37-44, 2006.
GONZÁLEZ-MONTESINOS, J. L. et al. Efectos del entrenamiento de la musculatura respiratoria sobre el rendimiento. Revisión bibliográfica. Revista andaluza de medicina del deporte, v. 5, n. 4, p. 163-170, 2012.
GOOSEY-TOLFREY, V. et al. Effects of inspiratory muscle training on respiratory function and repetitive sprint performance in wheelchair basketball players. British journal of sports medicine, v. 44, i. 9, p. 665-668, 2010.
GUTHS, H. Um Ensaio Clínico. Efeito do Treinamento Muscular Inspiratório na Cinética de Recuperação do Consumo de Oxigênio em Pacientes com Insuficiência Cardíaca e Fraqueza Muscular Inspiratória. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares)–Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado De Fisiologia Médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
HARMS, C. A. et al. Effects of respiratory muscle work on exercise performance. Journal of Applied Physiology, v. 89, n. 1, p. 131-138, 2000.
HART, N.; SYLVESTER, K.; WARD, S. et al. Evaluation of an inspiratory muscle trainer in healthy humans. Respir Med., v. 95, p. 526-553, 2001.
LAUERMAN, M. H. et al. Delayed interventions and mortality in trauma damage control laparotomy. Surgery, 2016.
LEAL JUNIOR, E. C. P.; MACHADO, F. Comparação da função pulmonar entre jovens atletas e sedentários. Rev. Fisioterapia em Movimento, v. 16, n. 1, p. 47-50, 2003.
LEAL JUNIOR, E. C. P. et al. Estudo comparativo do consumo de oxigênio e limiar anaeróbio em um teste de esforço progressivo entre atletas profissionais de futebol e futsal. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 12, n. 6, p. 323-326, 2006.
MATHEUS, G. B. et. al. Treinamento muscular melhora o volume corrente e a capacidade vital no pós-operatório de revascularização do miocárdio. Revista Brasileira Circulação Cardiovascular, v. 27, n. 3, p. 362-369, 2012.
MCCONNELL, A. K. et al. Inspiratory muscle training improves lung function and reduces exertional dyspnoea in mild/moderate asthmatics. Clinical Science, v. 95, i. 4, 1998.
MENEZES, P. R. de et al. Resposta Autonômica Cardíaca e Cardiorrespiratória em Atletas de Voleibol Versus Indivíduos Treinados. Rev SOCERJ, v. 22, n. 4, p. 235-242, 2009.
MINAHAN, C. et al. Repeated-sprint cycling does not induce respiratory muscle fatigue in active adults: measurements from the powerbreathe inspiratory muscle trainer. Journal of sports science & medicine, v. 14, n. 1, p. 233, 2015.
MORALES-BLANHIR, J. E. et al. Teste de caminhada de seis minutos: uma ferramenta valiosa na avaliação do comprometimento pulmonar. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 37, n. 1, p. 110-117, 2011.
NEDER, J. A. et al. Reference values for lung function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz. J. Med. Biol. Res., v. 32, n. 6, p. 719-27, 1999.
OLIVEIRA, M. V. V. et al. Análise comparativa da função respiratória em praticantes de atividade física e indivíduos sedentários. Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 8, n. 15, p. 1920-1930, 30 nov. 2012.
PADRÓN, E. P. et al. Estandarización de la prueba de caminata de 6 minutos en sujetos mexicanos sanos. Rev Inst Nac Enfermedades Respir., v. 13, n. 4, p. 205-210, 2000.
PARDI, A. C. R. Avaliação da influência da atividade física regular por intermédio da natação sobre a força muscular respiratória de atletas jovens do sexo masculino. In:
SIMPÓSIO DE ENSINO DE GRADUAÇÃO, 6., 2008, Piracicaba. Anais... Piracicaba: UNIMEP, 2008.
PESSOA, I. M. B. S. et al. Reprodutibilidade teste-reteste e validade concorrente de manovacuômetro digital. Fisioterapia e Pesquisa, v. 21, n. 3, p. 236-242, 2014.
PESSOA, I. M. B. S. Valores de referência para a força muscular respiratória: metodologia recomendada por diretrizes internacional e brasileira. 2013. 169 p. Tese (Doutorado em Ciências da Reabilitação)–Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
PIRES, S. R. et al. Teste de caminhada de seis minutos em diferentes faixas etárias e índices de massa corporal. Rev Bras Fisioter., v. 11, n. 2, p. 147-51, 2007.
POWERBREATHE BRASIL. Site Oficial. 2015. Disponível em:
<http://www.powerbreathebrasil.com.br/>. Acesso em: 02 out. 2016.
POWERBREATHE IRONMAN. Manual do Usuário. Inglaterra. 2011.
RATNOVSKY, A.; ELAD, D.; HALPERN, P. Mechanics of respiratory muscles. Respiratory Physiology & Neurobiology, v. 163, i. 1-3, p. 82-89, Nov. 2008.
REGATIERI, F. L. F. Fisiologia do sistema respiratório. 2000. Disponível em:
< http://ucbweb.castelobranco.br/webcaf/arquivos/17955/5130/Fisiologia_do_Sistema_Respir atorio_Ed02.pdf>. Acesso em: 02 out. 2016.
ROMANO, A. M. Avaliação funcional respiratória em indivíduos com síndrome de Down. 2007. 78 p. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia)–Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, 2007.
ROMER, L. M.; MCCONNELL, A. K.; JONES, D. A. Effects of inspiratory muscle training on time-trial performance in trained cyclists. Journal of sports sciences, v. 20, i. 7, p. 547590, 2002.
ROMER, L. M. et al. Effect of inspiratory muscle work on peripheral fatigue of locomotor muscles in healthy humans. The Journal of physiology, v. 571, i. 2, p. 425-439, 2006.
SAMPAIO, L. M. M.; JAMAMI, M.; PIRES, V. A. Força muscular respiratória em pacientes asmá- ticos submetidos ao treinamento muscular respiratório e treinamento físico. Rev. Fisioterapia, São Paulo: Universidade São Paulo, v. 9, n. 2, p. 43-48, jul./dez. 2002
SANTOS, M. A. et al. Pressões respiratórias máximas em nadadores adolescentes. Revista Portuguesa de Pneumología, v. 17, n. 2, p. 66-70, 2011.
SCHERER, T. A. et al. Respiratory muscle endurance training in chronic obstructive pulmonary disease: impact on exercise capacity, dyspnea, and quality of life. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 162, n. 5, p. 1709-1714, 2000.
SILVA, F. S. et al. Tratamento fisioterapêutico no pós-operatório de laparotomia.
Universidade Paulista., p. 341-343, 2010.
SIMÕES, R. P. et al. Maximal respiratory pressure in healthy 20 to 89 year-old sedentary individuals of central São Paulo State. Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 14, i. 1, p. 60-67, 2010.
TARANTINO, A. B. Doenças pulmonares. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
TAVARES, F. Sistematização de estudos sobre a observação e análise do jogo em basquetebol. In: TAVARES, F. et al. (Ed.). Tendências atuais da investigação em basquetebol. Porto: Universidade do Porto, 2001. p. 9-15.
TEODORI, R. M. et al. Alongamento da musculatura inspiratória por intermédio da reeducação postural global (RPG). Revista brasileira de fisioterapia, v. 7, n. 1, p. 25-30, 2003.
THOMPSON, P. D. et al. The acute versus the chronic response to exercise. Med Sci Sports Exerc., v. 33, n. 6, p. S438-445, 2001.
TOLSTRUP, M.-B.; WATT, S. K.; GÖGENUR, I. Morbidity and mortality rates after emergency abdominal surgery: an analysis of 4346 patients scheduled for emergency laparotomy or laparoscopy. Langenbecks Arch Surg., 2016. doi 10.1007/s00423-016-1493-1
VALLE, P. H. C. do et al. Avaliação do treinamento muscular respiratório e do treinamento físico em indivíduos sedentários e em atletas. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 2, n. 4, p. 27-40, 2012.
WEST, J. B. Fisiologia respiratória: princípios básicos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
WILKINS, S. K. Fundamentos da terapia respiratória – EGAN. [S.l.]: Elsevier, 2009.
WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2. ed. Tamboré Barueri: Manole, 2001.