PROLAPSO DA GLÂNDULA DA TERCEIRA PÁLPEBRA UNILATERAL E ENTRÓPIO BILATERAL EM UM CANINO SHAR-PEI: RELATO DE CASO

Autores

  • Thainara Lemes Sembraneli Universidade do Oeste de Santa Catarina
  • Ana Carla Marquezzan Universidade do oeste de Santa Catarina
  • Manoella Badin Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

O prolapso da glândula da terceira pálpebra (Cherry eye) ocorre em filhotes e em cães com menos de um ano de idade, quando a glândula emerge do bordo livre palpebral, saindo de sua posição normal. O entrópio é uma inversão da margem palpebral, fazendo com que a pele e os pelos entrem em contato com a superfície conjuntival e corneal, podendo afetar os anexos oftálmicos de forma unilateral ou bilateral. O presente trabalho teve o objetivo de relatar um caso atendido no Hospital Veterinário da Unoesc Xanxerê. Um canino da raça Shar-Pei com quatro meses de idade, 12 kg, apresentando sobra de pele periocular tornando impossível a visualização dos olhos, não apresentando outras alterações ao exame físico. De acordo com a avaliação física, concluiu-se tratar de prolapso da glândula da terceira pálpebra unilateral direita e entrópio bilateral. Foi prescrito tratamento com colírio biamotil D ou maxitrol, duas gostas três vezes ao dia. Após sete dias, o animal voltou para o Hospital Veterinário para o procedimento cirúrgico. Para a correção do entrópio foi realizada a técnica de pregueamento palpebral, sendo utilizado fio de sutura 3-0 ou 4-0, com agulha circular traumática de tamanho médio (3/8), múltiplas suturas do tipo Lembert foram realizadas na porção afetada. O prolapso foi reduzido com o emprego da técnica de Morgan. Animais com seis meses de idade são mais acometidos pelo prolapso da glândula da terceira pálpebra, e as raças predispostas são: Beagle, Buldogue Inglês e Shar-Pei, visto que pode ser decorrente da fraqueza dos tecidos conectivos da periórbita, caracterizado por edema e inflamação da glândula, resultando na exposição desta no dorso lateralmente ao globo ocular. Quando a exposição da glândula for crônica, pode permanecer exposta à abrasão e à poeira, o que resulta em processo inflamatório. Em qualquer entrópio, o defeito primário causa irritação trigeminal, fazendo com que grande parte do quadro clínico seja produzido por espasticidade palpebral. O entrópio primário resulta da diferença de tensão entre os músculos orbicular do olho e malar, sendo ainda influenciada por inúmeras condições, como conformação do crânio, anatomia da órbita e quantidade de pregas na pele da face ao redor do olho. A técnica de pregueamento palpebral é realizada em animais jovens, sendo um procedimento de eversão temporária das pálpebras, principalmente em filhotes da raça Shar-Pei. Após o procedimento cirúrgico para a correção do prolapso e do entrópio, o animal apresentou melhora do quadro clínico. Por tratar-se de um animal jovem, este permanecerá com a correção paliativa do entrópio até ser realizada a correção definitiva na fase adulta.

Palavras-chave: Cherry eye. Olho de cereja. Cirurgia. Cão. Técnica de Morgan.

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Publicado

2014-10-09

Como Citar

Lemes Sembraneli, T., Marquezzan, A. C., & Badin, M. (2014). PROLAPSO DA GLÂNDULA DA TERCEIRA PÁLPEBRA UNILATERAL E ENTRÓPIO BILATERAL EM UM CANINO SHAR-PEI: RELATO DE CASO. Congresso Regional De Medicina Veterinária, 30–31. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/crmv/article/view/6042