ATRESIA ANAL EM OVINO – RELATO DE CASO
Resumen
A atresia anal é uma enfermidade descrita como um defeito congênito de suínos, ovinos e bezerros, oriunda do não desenvolvimento da abertura anal. Tal distúrbio parece ser mais raro em cães e gatos do que nas espécies de interesse zootécnico. Normalmente, sua ocorrência é esporádica e não há fatores genéticos ou de manejo que possam ser indicados como causas. Esse defeito se torna evidente nos primeiros dias ou semanas de vida, quando o mecônio retido distende o abdômen. Os sinais clínicos observados são ausência de defecação, animal intranquilo e abdômen distendido, visto que o diagnóstico pode ser feito por visualização e palpação. O tratamento indicado é cirúrgico e o prognóstico favorável, já que é possível a criação de uma abertura cirúrgica satisfatória, mediante a perfuração cirúrgica simples da pele subjacente e oclusora, o que geralmente tem ação curativa. O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso atendido no Hospital Veterinário da Unoesc Xanxerê, SC. Um ovino macho, com três dias de vida, pesando 4 kg, sendo relatado pelo proprietário que o animal não estava defecando e tampouco se alimentando. Diagnosticou-se por palpação e visualização que não havia a abertura anal, motivo pelo qual foi recomendado tratamento cirúrgico para corrigir esse defeito. Foram utilizados na medicação pré-anestésica acepromazina (0,05 mg/kg) e morfina (0,1 mg/kg). Já como agente indutor e para a manutenção anestésica, utilizou-se tiletamina (5 mg/kg) e zolazepan (1 mg/kg). Tiletamina é um anestésico dissociativo, ideal para animais jovens, e zolazepan é um benzodiazepínico que não altera os parâmetros cardiovasculares. Ainda, aplicou-se antibioticoterapia profilática antes do procedimento (penicilina, 20 mg/kg). No processo cirúrgico realizou-se uma incisão vertical sobre a pele subjacente, e após, uma inspeção para verificar se o canal do reto estava formado e aberto. Como este estava ocluído, foi procedida a abertura, confirmada pela presença de fezes no local. Foi suturada a mucosa retal com a pele com pontos isolados simples e fio inabsorvível. No pós-operatório empregou-se meloxican (0,2 mg/kg) e enrofloxacina (5 mg/kg) por um dia e tramadol (1 mg/kg) durante dois dias. O paciente recuperou-se adequadamente, visto que nesses casos de atresia anal é de suma importância o atendimento precoce, antes do estabelecimento de alterações sistêmicas que possam complicar o procedimento anestésico-cirúrgico e a recuperação do animal.
Palavras-chave: Imperfuração retal. Cordeiro. Cirurgia.