VIVENCIANDO A MORTE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE J.R

Authors

  • Vanessa Ribeiro Silveira UNOESC
  • Marcia da Rocha Restelatto

Abstract

Desde os tempos mais remotos, a morte provoca no ser humano sentimentos intensos e distintos, que na maioria das vezes se relacionam ao medo, insegurança, curiosidade e tristeza. Não diferente, atualmente observam-se os mesmos sentimentos, já que essa passagem continua sendo uma incógnita apesar de ser uma certeza a todos. Um dos momentos em que esses sentimentos me envolveram e marcaram minha vida foi no dia em que minha primeira paciente faleceu na minha presença. Era uma senhora idosa, 80 anos, que, como médico, acompanhava sua enfermidade há dois anos, um processo demencial associado a condições secundárias, como úlceras de pressão, desnutrição, atrofia muscular e dores generalizadas. No momento em que os sinais vitais da paciente desapareciam, quando a vida se findava, o semblante de sofrimento a deixava e uma nova feição de paz se esboçava na face daquela que já não suportava a dor e o desconforto. Mesmo sendo médico, a morte nunca deixou de provocar sentimentos essencialmente humanos, de tristeza, impotência e insegurança. Naquele instante foi difícil não imaginar a minha própria finitude e se passar diante dos meus olhos aqueles que se importam comigo ou dependem da minha existência. Também tive um sentimento comum a todos, que é de sentir pelos nossos mortos, lamentar nossas dificuldades, nossos medos, uma catarse. Naquele momento, a ânsia de um profissional de saúde é tentar reanimar e aplicar todo conhecimento na restauração da vida, porém tratava-se de uma paciente sem expectativas e que o prolongamento de sua existência seria estender o seu sofrimento, então, deixei de lado meu egoísmo, e, junto com a família, resolvemos respeitar a dignidade de quem estava partindo e deixamos ela ir. Vejo sempre que esta atitude não é fácil, tampouco simples de ser encarada, mas deve ser avaliada individualmente, e o bom senso, a ética e o respeito devem prevalecer. Acredito que mesmo com o desenfreado progresso técnico e científico, a morte nunca seguirá esse avanço e permanecerá encoberta de sentimentos.

Palavras-chave: Morte. Sentimentos. Paciente terminal. Médico.

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Published

2017-07-14

How to Cite

Silveira, V. R., & Restelatto, M. da R. (2017). VIVENCIANDO A MORTE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE J.R. Anais Da Semana Acadêmica E Mostra Científica De Enfermagem, 32. Retrieved from https://periodicos.unoesc.edu.br/anaissamcenf/article/view/13449

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Resumos