CUIDADOS PALIATIVOS: UMA ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS BIOÉTICOS

Autores

  • Elcio Luiz Bonamigo Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
  • Camila Schlegel Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
  • Cristiane Marcelina Martini Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
  • Sislai Saticq Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC

Resumo

Diante do aumento da expectativa de vida da população mundial e da elevação significativa nos índices de doenças crônico-degenerativas, a terapia de cuidados paliativos destaca-se como uma alternativa que proporciona aos pacientes com doença terminal um modelo de assistência pautado em alívio físico e emocional, garantindo uma morte digna dentro dos princípios bioéticos. Os objetivos com este estudo foram identificar os princípios bioéticos envolvidos na terapia de cuidados paliativos e analisar suas aplicações na prática médica. Realizou-se uma revisão bibliográfica de artigos científicos publicados nas Revistas Bioética e Bioethikos, nos bancos de dados Scielo e Lilacs e no livro Manual de Bioética: teoria e prática. A comunicação entre médico, paciente e familiares é imprescindível para uma boa evolução da terapia paliativa, visto que a atitude paternalista da equipe médica fere a autonomia do paciente (COELHO; FERREIRA, 2015). Além disso, deve-se informar as opções de tratamento e respeitar a escolha do paciente, mesmo que este opte por recusa de assistência (PESSINI; BERTACHINI, 2015; SILVA; SUDIGURSKY, 2008). Quando analisado o princípio da beneficência e da não maleficência, salienta-se que a terapia paliativa vai de encontro ao conceito de distanásia, que consiste em prolongar o processo de morrer, bem como o sofrimento, por meio de medidas fúteis (BONAMIGO, 2011; FLORIANI; SCHRAMM, 2008). Além disso, os pacientes em cuidados paliativos têm o direito de receber os tratamentos adequados para o alívio da dor e do sofrimento e serem respeitados em sua integridade (MACHADO; PESSINI; HOSSNE, 2007). Muitos dos pacientes terminais têm profundo interesse pela busca do sentido da vida, a despeito de sua inclinação religiosa, e podem sentir-se desamparados caso ninguém os auxilie nesse processo, sendo pertinente o holístico, considerando-se não apenas o aspecto fisiológico do paciente, mas também o espiritual (PERES et al., 2007). Conclui-se que, no contexto dos cuidados paliativos, a beneficência consiste em tratar o paciente como um todo, aliviando a dor e o sofrimento, bem como considerando os aspectos psicossociais. A não maleficência visa não prolongar artificialmente a vida do paciente com grande aumento do sofrimento. A autonomia consiste no respeito às escolhas dos pacientes. Por isso, a atenção aos princípios da bioética envolvidos na terapia paliativa deve estar em foco, uma vez que, ciente dos direitos dos pacientes, a equipe média poderá trabalhar de maneira mais humana e eficaz com estes.

Palavras-chave: Cuidados paliativos. Princípios bioéticos. Beneficência e não maleficência. Autonomia.

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Referências

BONAMIGO, Elcio L. Manual de Bioética: teoria e prática. São Paulo: All Print Editora, 2011.

COELHO, Maria E. de M.; FERREIRA, Amauri C. Cuidados paliativos: narrativas do sofrimento na escuta do outro. Revista Bioética, v. 23, n. 2, p. 340-348. 2015.

FLORIANI, Ciro A.; SCHRAMM, Fermin R. Cuidados paliativos: interfaces, conflitos e necessidades. Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 2123-2132. 2008. Suplemento. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/csc/v13s2/v13s2a17.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2015.

MACHADO, Karina D. G.; PESSINI, Leo; HOSSNE, William S. A formação em cuidados paliativos da equipe que atua em unidade de terapia intensiva: um olhar da bioética. Revista Bioethikos, Centro Universitário São Camilo, v.1, n.1, p. 34-42. 2007. Disponível em:< http://www.saocamilo-sp.br/pdf/bioethikos/54/A_cuidados_paliativos.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2015.

PERES, Mario F.P. et al. A importância da integração da espiritualidade e da religiosidade no manejo da dor e dos cuidados paliativos. Rev. Psiq. Clín., v. 34, p. 82-87. 2007. Suplemento. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34s1/a11v34s1.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2015.

PESSINI, Leo; BERTACHINI, Luciana. Novas perspectivas em cuidados paliativos: ética, geriatria, gerontologia, comunicação e espiritualidade. Revista O Mundo da Saúde, São Paulo, ano 29, v. 29, n. 4, p. 491-509, out./dez. 2005. Disponível em:< http://www.scamilo.edu.br/pdf/mundo_saude/32/03_Novas%20pers.ectivas%20cuida.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2015.

SILVA, Ednamare P. da; SUDIGURSKY, Dora. Concepções sobre cuidados paliativos: revisão bibliográfica. Revista Acta Paul Enferm, v. 21, n. 3, p. 504-508. 2008. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/ape/v21n3/pt_20>. Acesso em: 18 ago. 2015.

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Publicado

2015-12-16

Como Citar

Bonamigo, E. L., Schlegel, C., Martini, C. M., & Saticq, S. (2015). CUIDADOS PALIATIVOS: UMA ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS BIOÉTICOS. Anais De Medicina. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/9467

Edição

Seção

Resumos