Relação entre índice de massa corporal e nível socioeconômico em crianças e adolescentes de Joaçaba: um estudo descritivo
Resumo
Introdução: O nível socioeconômico interfere na disponibilidade de alimentos e no acesso à informação, bem como nos padrões de atividade física de crianças e adultos, sendo um importante fator que influencia na saúde e qualidade de vida de uma população (SILVA, 2005). Com base nessa associação é interessante avaliar em conjunto o estado nutricional por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), o indicador mais utilizado para avaliar a relação massa e estatura do indivíduo e de fácil realização. Objetivo: Comparar o nível socioeconômico e o estado nutricional, considerando o IMC, de crianças e adolescentes em idade escolar da Cidade de Joaçaba. Metodologia: Tratou-se de um estudo descritivo quanto aos objetivos e de campo quanto aos procedimentos técnicos empregados, sendo a população estudada composta por 1.024 crianças e adolescentes com idade entre oito a 13 anos. Foram coletados dados acerca do nível socioeconômico e IMC de escolares de instituições de ensino da Cidade de Joaçaba. A fim de avaliar o nível socioeconômico, foi aplicado um questionário estruturado contendo questões do Critério Brasil (ABEP 2014), que utiliza a análise da regressão da renda familiar em função da posse de itens e escolaridade, dividindo as classes sociais em oito partes, utilizando uma pontuação que varia de zero a 46 pontos. Para mensurar o IMC foi feita a coleta do peso e estatura. A fórmula utilizada para o cálculo do IMC foi: peso (kg) dividido pela estatura (cm) ao quadrado. Com os resultados obtidos, o IMC dos escolares pode ser classificado baseando-se nos parâmetros do Referencial de crescimento da OMS para crianças e adolescentes em idade escolar (WHO, 2007). Foram classificados nas seguintes categorias: magreza severa, magreza, normal, sobrepeso e obesidade, de acordo com sexo e idade. Resultados: As classes socioeconômicas apresentaram as seguintes distribuições em relação ao diagnóstico nutricional: A1, com quatro indivíduos obesos, sete com sobrepeso e oito com peso normal; A2, com 19 obesos, 36 com sobrepeso e 73 com peso normal; B1, com 45 obesos, 56 com sobrepeso, 158 com peso normal e três com magreza; B2, com 61 obesos, 84 com sobrepeso, 201 com peso normal, dois com magreza e um com magreza severa; C1, com 43 obesos, 37 com sobrepeso, 138 com peso normal e um com magreza severa; C2, com oito obesos, oito com sobrepeso e 27 com peso normal; D, com quatro de peso normal; e E, com nenhum indivíduo. Conclusão: O estudo demonstrou que a maioria dos escolares analisados em Joaçaba, SC, pertencem a um nível socioeconômico de médio a alto (representados pelas classes B1, B2 e C1) e possuem IMC normal. Tal resultado é corroborado pelo elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Cidade, que reflete uma população com melhor acesso à educação, saúde e também maior renda per capita. As demais variáveis analisadas, como obesidade, sobrepeso, magreza e magreza extrema, não demonstraram concentração significativa em nenhuma classe.
Palavras-chave: Crianças. Socioeconômico. Saúde.
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA. Critério de Classificação Econômica Brasil. Rio de Janeiro, 2014.
ONIS, M. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bulletin of the World Health Organization, v. 85, p. 660-667, 2007. Disponível em: <http://www.who.int/growthref/growthref_who_bull/en/>. Acesso em: 20 set. 2017.
SILVA, G. A. P.; BALABAM, G.; MOTTA, M. E. F. de A. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 5, n. 1, p. 53-59, jan./mar. 2005.