MORTE ENCEFÁLICA: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E O ENTENDIMENTO FAMILIAR

Autores/as

  • Elcio Luiz Bonamigo
  • Barbara Savaris Quioca Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
  • Camila Cunha Bernardi Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
  • Thayná Regina Santos Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC

Resumen

Morte encefálica, definida hoje como morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas, foi descrita há 50 anos como o coma dépassé caracterizado pela alteração irreversível da consciência (MOLLARET; GOULON, 1959). A completa e irreversível parada de funções do cérebro, que ocorre por agressão grave ao tecido cerebral, faz o sangue que supriria o tecido cerebral ser bloqueado e, consequentemente, toda e qualquer função cerebral. Segundo o artigo 1º da Resolução n. 1.480/1997 do Conselho Federal de Medicina, “A morte encefálica será caracterizada através da realização de exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo variáveis.” E, ainda, conforme a mesma resolução, é legal e ética a suspensão dos procedimentos de suportes terapêuticos quando determinada a morte encefálica em não doador de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante nos termos da Lei n. 9.434, de 04 de fevereiro de 1997. Porém, quando o paciente está em condição de morte encefálica e é doador, seus órgãos nobres são mantidos funcionando, possibilitando sua doação. Neste estudo objetivou-se analisar o entendimento sobre a declaração de morte encefálica e a autorização de doação de órgãos por parte dos familiares do paciente. O método utilizado foi a busca on-line de artigos relacionados ao assunto, nas bases de dados Scielo, pubMED e Google acadêmico, com ênfase na influência da atenção da equipe com os familiares, e a análise foi realizada baseada nos dispositivos éticos e jurídico-legais. Para os familiares de doadores de órgãos, o processo de doação é burocrático, demorado, desgastante e cansativo, e a situação é sofrida e estressante, porém, não ocorre arrependimento sobre a doação. Apesar de a dor da perda não terminar, a atitude de doação traz conforto para a família (SANTOS, 2005). O apoio e a orientação aos familiares por parte das instituições e profissionais envolvidos no processo de captação de órgãos são elementos cruciais na boa avaliação do processo de doação de órgãos pelos familiares (SADALA, 2001). Assim, concluiu-se pela necessidade de a família ter total compreensão de que a morte encefálica é um processo irreversível e que a equipe assistente utilizou todas as técnicas e recursos para que a vida do paciente fosse preservada para que, então, a doação de órgãos se torne uma opção aceita pelos familiares. No entanto, quando não se entende o processo, há maior probabilidade de que a doação seja recusada. Assim, fica clara a importância de uma equipe multidisciplinar competente e efetiva para que o entendimento seja absoluto, e a doação, aceita.

Palavras-chave: Morte encefálica. Obtenção de tecidos e órgãos. Transplante de órgãos. Família.

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Biografía del autor/a

Barbara Savaris Quioca, Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC

MORTE ENCEFÁLICA: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E O ENTENDIMENTO FAMILIAR

Medicina

Camila Cunha Bernardi, Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC

MORTE ENCEFÁLICA: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E O ENTENDIMENTO FAMILIAR

Medicina

Thayná Regina Santos, Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC

MORTE ENCEFÁLICA: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E O ENTENDIMENTO FAMILIAR

Medicina

Citas

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SADALA, M.L.A. A experiência de doar órgãos na visão de familiares de doadores. J Bras Nefrol 2001;23(3):143-51. Disponível em: http://143.107.176.117/adm/dc/opo%20old/artigos/Experiencia%20de%20doar%20orgaos.pdf. Acesso em 08/05/2015.

Publicado

2015-12-16

Cómo citar

Bonamigo, E. L., Savaris Quioca, B., Cunha Bernardi, C., & Santos, T. R. (2015). MORTE ENCEFÁLICA: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E O ENTENDIMENTO FAMILIAR. Anais De Medicina. Recuperado a partir de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/9387

Número

Sección

Resumos