Transtorno obsessivo-compulsivo
Resumen
Introdução: O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição mentalmente debilitante, na qual estão presentes obsessões e compulsões, além da realização de rituais. É também muito prevalente, cerca de 3% em âmbito mundial. Objetivo: Analisar a eficácia e o custo-benefício dos diferentes métodos de tratamento existentes na atualidade para pessoas com TOC. Metodologia: Realizou-se um levantamento de dados nacionais e internacionais na área de saúde em base de dados científicos como CAPES, PubMed, SciELO, EBSCO e Google acadêmico, e relevadas as bibliografias publicadas no período de 1972 a 2017. Ao final, foram selecionados três livros, dois brasileiros e um estrangeiro, e 26 artigos. Destes, seis são literaturas clássicas publicadas no exterior entre 1972 e 1996. Dos outros 20 artigos, quatro são brasileiros e 16 estrangeiros e foram publicados entre 2001 e 2017. O estudo foi realizado nos componentes de Metodologia Científica, Metodologia da Pesquisa e Produção de Textos por meio da metodologia ativa Problem Based Learning (PBL). Resultados: Após a análise dos dados, constata-se que a alternativa inicial de escolha para o tratamento é a Terapia Cognitivo-Comportamental (CBT), com associação de medicamentos ansiolíticos. A mais recente maneira de aplicação da CBT é a internet-based CBT (ICBT), que pode ser realizada a distância, é de mais rápida realização e a adesão demonstrou ser maior. A efetividade da CBT varia entre 40 e 65%. É um pouco mais efetiva que o tratamento com inibidores seletivos da recaptação de serotonina. Um estudo de meta-análise aponta resultados ainda mais efetivos para a CBT, chegando a 70%. Quanto ao uso de tratamento farmacológico, em que há falha na resposta à CBT, é considerada a adição (se não já de início) de medicamentos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRI), a exemplo: fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina e citalopram. Os resultados de monoterapia medicamentosa foram menores (efetividade de 18 a 50%) quando comparados à associação desta com a CBT (efetividade de 53,9 a 83,3%). Para casos refratários, a neuromodulação por meio de neurocirurgias e estimulações elétricas do encéfalo são alternativas, que, apesar do alto custo, têm se tornado mais acessíveis. Os resultados geralmente são bons, com eficácias respectivas de 27 a 57%, 56 a 100%, 33 a 67%, 61 a 69% e 62,5%. Conclusão: Evidencia-se que a melhor forma de tratamento é a Terapia Cognitivo-Comportamental (CBT), com possibilidade de aplicação por meio da internet (ICBT). Quando essa terapia é aliada ao tratamento farmacológico, a eficácia do tratamento aumenta significativamente, e é hoje a indicação de primeira linha no tratamento de pessoas com TOC. Outros tratamentos, como as neuromodulações, também são eficazes, porém os gastos são elevados e o custo-benefício menor que o da CBT, sendo utilizados apenas em casos refratários e de difícil tratamento. Ainda, observa-se a necessidade de mais estudos para verificar o custo-benefício da mais recente forma, realizada a distância, da Terapia Cognitivo-Comportamental aplicada pela internet. Assim, a implementação dessa terapia em grande escala e a avaliação dos resultados é o próximo passo no avanço dos tratamentos.
Palavras-chave: Transtorno obsessivo-compulsivo. Tratamento farmacológico. Terapia cognitivo-comportamental. Neuromodulação.
Descargas
Citas
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