PEDIATRIA E BIOÉTICA: A AUTONOMIA DA CRIANÇA NA MEDICINA
Resumen
A bioética é um campo da Medicina que propicia a oportunidade de discussões e reflexões no âmbito das Ciências da Saúde, condição fundamental para o bom exercício da profissão. Em se tratando da bioética pediátrica o assunto se torna ainda mais delicado, necessitando profundas reflexões. A bioética pediátrica exige bom senso e conhecimento do assunto por parte do médico envolvido no caso. Diante desse quadro, neste trabalho objetivou-se mostrar particularidades que envolvem a criança na prática médica, sobretudo no quesito autonomia. O trabalho científico de revisão foi realizado com buscas efetuadas em livros de referência e em via eletrônica com artigos científicos da base de dados PubMed. A bioética visa à proteção do ser humano e à melhoria da relação médico-paciente. Santo Agostinho mencionava que a infância merece respeito em sua autonomia (REEGEN; CHAVES, 2007). Em 1989, a ONU reconheceu os direitos das crianças (UNICEF BRASIL, 2016). Porém, ainda hoje na maioria das culturas a criança é considerada incapaz de tomar decisões e sua autonomia raramente é considerada, necessitando de um representante legalmente capacitado, geralmente os pais. Contudo, importante progresso nacional adveio com a recente implantação do assentimento para crianças e adolescentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). O paciente pediátrico exige um tratamento diferenciado do médico, considerando suas limitações de compreensão e sua autonomia que não é plena (DUARTE; MOREIRA, 2000), o que não suprime a necessidade de um atendimento respeitoso às suas particularidades com obtenção de assentimento, quando possível. A bioética pediátrica necessita ser inserida nas escolas médicas e nas residências para que as decisões sejam compartilhadas entre os pais, a equipe de saúde e, sempre que possível, a criança, por meio de seu assentimento, considerando-a um ser moral em desenvolvimento.
Palavras-chave: Pediatria. Bioética. Autonomia.
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Citas
JAN, G. J; CHAVES, N. Santo Agostinho e Kant: um encontro de pensamentos na categoria da autonomia. Ágora filosófica, Ano 7 , n. 1, jan./jun. 2007 – 61
UNICEF Brasil. Disponível em: < http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm>. Acesso em 30 ago. 2016.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual CEPS, n.133 ,2002.
DUARTE, M.C.S.; MOREIRA, M.C.N. Autonomy and care in pediatric intensive care: the paradoxes of practice. Interface - Comunic., Saude, Educ.