DESCARGA ELETROGRÁFICA SUBCLÍNICA RÍTMICA DO ADULTO EM EEG OCUPACIONAL – RELATO DE CASO

Autores/as

  • Talita Aparecida Conte UNOESC - UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
  • Tatiana de Oliveira Yokomizo Unoesc

Resumen

SREDA (Subclinical Rhythmic Electrographic Discharge of Adults) é a mais rara de todas as variantes benignas do eletroencefalograma (EEG), tendo sua incidência estimada de 0,07% a 1,2%. A prevalência geral de variantes da normalidade pode chegar a 18,3%. O objetivo neste trabalho foi descrever o achado de SREDA em EEG ocupacional de paciente assintomático e discutir as possíveis consequências da interpretação incorreta de exame com achado de variante epileptiforme benigna, de padrão incomum. Baseia-se em um relato de caso e discussão de literatura. Indivíduo do sexo masculino, 33 anos, trabalha em frigorífico e realizou exame de EEG solicitado por médico do trabalho pelo fato de trabalhar em altura. O primeiro EEG, realizado em 14 de setembro de 2015, demonstrou ondas teta de contornos apiculados, rítmicas e evoluindo para atividade teta monomórfica, sem posterior evolução na frequência, com distribuição generalizada e amplitude máxima sobre as regiões parietais e temporais. Durante a aquisição do traçado, o paciente não apresentou qualquer alteração comportamental compatível com evento epiléptico; repetiu o exame em 21 de setembro de 2015, quando foram encontradas as mesmas características eletroencefalográficas. Na data de 08 de fevereiro de 2016, compareceu à avaliação clínica neurológica, na qual não foram encontrados indícios de patologia neurológica nem na história nem no exame físico. Inicialmente reportada por Naqest et al. (1961) e mais tarde definida por Westmoreland and Klass (1981), SREDA é considerada um padrão de significado clínico incerto, porém sem correlação com epilepsia (WESTMORELAND; KLASS, 1981; DASH et al., 2013). É caracterizada por descarga bilateral e repetitiva, de contornos agudizados, da faixa teta à delta, durando de segundos a minutos e com distribuição em regiões temporais e parietais. Apresenta início e fim abruptos, em geral sem abolição do ritmo alfa dominante posterior de base (BEGUM et al., 2006), além de maior frequência em adultos mais velhos e durante vigília (BRIGO et al., 2010). Já foi descrita em associação com diversas entidades clínicas como amnésia global transitória e patologias cerebrovasculares, porém sem confirmação de associação causal ou casual (BRIGO et al., 2010). O caso enfatiza a importância do conhecimento das variantes epileptiformes benignas em EEG para que não sejam interpretadas como alterações epilépticas. O diagnóstico incorreto pode levar ao uso desnecessário de anticonvulsivantes, e, no caso descrito, também a restrições e mudanças em atividade laboral. É necessária maior discussão sobre a indicação e a adequada interpretação de EEG ocupacional.

Palavras-chave: Variantes epileptiformes benignas. SREDA. EEG. 

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Biografía del autor/a

Talita Aparecida Conte, UNOESC - UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

Acadêmica de Medicina da UNOESC

Tatiana de Oliveira Yokomizo, Unoesc

Médica neurologista e docente na Universidade do Oeste de Santa Catarina

Citas

BEGUM, T. et al. Clinical outcome of patients with SREDA (subclinical rhythmic EEG discharge of adults). Intern Med, v. 45, n. 3, p. 141-4, 2006. ISSN 0918-2918. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16508227>. Acesso em 29/08/2016.

BRIGO, F.; BONGIOVANNI, L. G.; FIASCHI, A. Subclinical rhythmic electrographic discharges of adults and transient global amnesia: a causal or casual association? Epileptic Disord, v. 12, n. 4, p. 321-4, Dec 2010. ISSN 1294-9361 (Print) 1294-9361. Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20980221>. Acesso em 29/08/2016.

DASH, G. K.; SUNDARAN, S.; RADHAKRISHNAN, A. Subclinical rhythmic EEG discharge of adults: "SREDA in a child". Seizure, v. 22, n. 3, p. 246-8, Apr 2013. ISSN 1059-1311. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23287493. Acesso em 29/08/2016.

WESTMORELAND, B. F.; KLASS, D. W. A distinctive rhythmic EEG discharge of adults. Electroencephalogr Clin Neurophysiol, v. 51, n. 2, p. 186-91, Feb 1981. ISSN 0013-4694. Disponivel em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6161793. Acesso em 29/08/2016.

Publicado

2016-10-26

Cómo citar

Conte, T. A., & Yokomizo, T. de O. (2016). DESCARGA ELETROGRÁFICA SUBCLÍNICA RÍTMICA DO ADULTO EM EEG OCUPACIONAL – RELATO DE CASO. Anais De Medicina. Recuperado a partir de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/11948

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Resumos