ENCEFALOMIELITE DISSEMINADA AGUDA: RELATO DE CASO
Abstract
A encefalomielite disseminada aguda (Adem) é uma doença desmielinizante do sistema nervoso central, de curso monofásico, polissintomática, com provável etiologia autoimune. Manifesta-se com quadro neurológico multifocal, em geral de início súbito e evolução em dias, podendo levar ao coma e a óbito. Em geral o diagnóstico de Adem é feito associado a infecções prévias do trato respiratório ou por exclusão de outras doenças. Os exames laboratoriais e de imagem não são específicos, o que dificulta o seu diagnóstico. Relatar um caso raro de encefalomielite disseminada aguda na região Oeste de Santa Catarina de uma pessoa do sexo feminino, 21 anos, com queixas de disfagia, odinofagia, astenia, linfonodos palpáveis que procurou o serviço de emergência de um hospital público com diagnóstico de amigdalite bacteriana. Foram prescritos Dipirona e Azitromicina por cinco dias. Após quatro dias, relatou continuidade dos sintomas acompanhados de parestesia em membros inferiores e astenia. Após um episódio de vômito, procurou o serviço de emergência de um hospital universitário do Meio-Oeste catarinense; foi examinada e liberada, sem constatação de distúrbio neurológico. No dia seguinte, a paciente procurou novamente a emergência de um hospital universitário do Meio-Oeste catarinense com paralisia dos membros inferiores, bexigoma, cefaleia e hipotermia. Foi examinada e encaminhada para a valiação com médico neurologista. Após solicitação de exames, verificou-se leucocitose e linfopenia no hemograma, aumento de proteínas, hemácias, segmentados e linfócitos no LCR e alterações na RM (focos de hipersinal no T2 e FLAIR na substância branca subcortical do lobo temporal direito, giro reto esquerdo e hipotálamo esquerdo), sendo diagnosticada encefalomielite disseminada aguda. Iniciou-se o tratamento com Metilprednisolona EV 1 g/dia por cinco dias, seguido de 2 mg/kg/dia de Prednisolona via oral por sete semanas e fisioterapia. Obteve início da melhora dos sintomas após quatro semanas, sem danos neurológicos e motores. Por se tratar de doença de exclusão, totalmente inespecífica nos exames complementares, a familiarização com seu quadro clínico e evolução torna-se imprescindível para que se faça o diagnóstico de tal enfermidade.
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