Hipertensos e diabéticos: perfil de saúde e adesão ao tratamento
Abstract
Introdução: A hipertensão e a diabetes são doenças crônicas, de alta prevalência e baixo controle, cujo tratamento requer uso contínuo de medicações e mudança no estilo de vida, para diminuir os riscos de complicações e melhorar a qualidade de vida dos portadores dessas patologias. A adesão ao tratamento é complexa, pois envolve entendimento e comprometimento a longo prazo, e nem todos os pacientes conseguem manter a adesão permanentemente, por motivos diversos. Objetivo: Avaliar o perfil de saúde e a adesão ao tratamento de hipertensos e diabéticos frequentadores cadastrados em alguma Estratégia Saúde da Família (ESF), de Campos Novos, Santa Catarina. Este estudo é parte de uma dissertação de mestrado, e os resultados apresentados são dados parciais da dissertação. Metodologia: Os indivíduos foram entrevistados para coleta dos dados sociodemográficos e responderam ao Brief Medication Questionnaire, para análise da adesão. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unoesc, e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Participaram até o momento 105 indivíduos, com média de idade de 64,5±12,8 anos, 59% são do sexo feminino, 60% são brancos, 69,5% vivem com companheiro(a), 80% são hipertensos e 99% são diabéticos, 73,3% não têm o ensino fundamental completo, 19% são analfabetos, e 97,1% recebem mensalmente até dois salários mínimos. Noventa pessoas (85,7%) referem que nunca consomem bebida alcoólica, 15,2% são fumantes, 65,7% são sedentários, e a maioria (70,5%) considera sua alimentação saudável. Quanto ao uso da medicação, 66,7% referem já ter esquecido de tomar a medicação, 9,5% acreditam que a medicação causa algum problema, mas apenas oito pessoas nomearam quais são, 25,7% acham muito difícil abrir a embalagem da medicação, 60% acham muito difícil ler o que está escrito na medicação, 51,4% acham muito difícil lembrar de tomar todos os remédios, e 35,2% acham muito difícil tomar tantos comprimidos ao mesmo tempo. Setenta e oito pessoas (74,3%) não conseguiram listar todas as medicações das quais fazem uso, 62,9% referem falhar dias ou doses da medicação prescrita. Um esquema de múltiplas doses é utilizado pela maioria da amostra (84,8%). Considerando a adesão ao tratamento, 13,3% foram considerados aderentes ou com provável adesão, e 86,7% não aderentes ou com provável baixa adesão. Não houve diferença na adesão entre os sexos e a faixa etária. As pessoas que recebem múltiplas doses foram as menos aderentes (p=0,00). Conclusão: Concluiu-se que a adesão ao tratamento é complexa e requer contínua ação da equipe multiprofissional dos ESFs, trabalhando educação permanente com esses pacientes e desenvolvendo estratégias para melhorar e facilitar o uso correto das medicações pelos hipertensos e diabéticos.
Palavras-chave: Hipertensão. Diabetes. Adesão ao tratamento.
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References
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