Reforma psiquiátrica: uma análise histórica e social
Abstract
Ao longo da história da humanidade, existiram distintas concepções acerca do transtorno mental. Na antiguidade, a loucura era privilégio, visto que era utilizada para se ter acesso às divindades, não sendo necessário o tratamento e quase inexistindo a exclusão da pessoa. Já na Idade Média, a loucura passou a ser associada à possessão demoníaca, passando a ser atribuída a uma série de comportamentos diferenciados associados ao diabólico. No século XVII, época do mercantilismo, todos aqueles que não eram capazes de contribuir com o lucro começaram a ser encarcerados, passando a repressão a ser de caráter econômico. Nessa época, foram criados em toda a Europa estabelecimentos de internação onde ficavam todos os indivíduos que comprometiam o sistema. Não havia nenhum tipo de distinção entre marginalizados, pervertidos, miseráveis ou loucos. Chegando ao final do século XVIII, a Revolução Francesa trouxe os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade e, além disso, o questionamento sobre as internações em condições desumanas. Assim, tem-se o início da reforma do espaço hospitalar, liderada por Pinel, na qual surgiram os primeiros hospitais psiquiátricos. A inauguração do primeiro hospital psiquiátrico do Brasil ocorreu em 1852, no Rio de Janeiro. No decorrer dos anos, os hospitais psiquiátricos aumentaram em número; sua qualidade, porém, era cada vez mais precária, exigindo uma reforma total para o melhor tratamento das doenças mentais (CIRILO; OLIVEIRA FILHO, 2007).
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References
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