RELEVÂNCIA DOS SINTOMAS DEPRESSIVOS COMO CAUSA DE AFASTAMENTO POR AUXÍLIO-DOENÇA DE TRABALHADORES DO MEIO-OESTE CATARINENSE
Abstract
Há uma constante preocupação com a qualidade de vida do trabalhador e as condições salutares do desempenho da atividade laboral. A saúde ocupacional compreende objetivos de promoção e manutenção do bem-estar físico, mental e social, bem como a prevenção de riscos à saúde causados pelas condições de trabalho e resultantes de fatores adversos à saúde, da adaptação às aptidões fisiológicas e psicológicas e da adaptação do trabalho ao homem e de cada homem à sua atividade. Entretanto, com a implantação do modelo de produção atual, a psicologia industrial passa a se tornar peça fundamental na produtividade, e, com isso, permanece incerto o nexo entre os transtornos mentais, principalmente a depressão, e o trabalho, como fator de causa ou consequência (AUGUSTO et al., 1986; BRASIL, 2001). O objetivo com o estudo foi analisar o número de afastamentos por quadros depressivos de beneficiários do auxílio-doença do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), observando faixa etária e sexo. O estudo é de caráter qualitativo e quantitativo, descritivo, retrospectivo e transversal, com amostra intencional composta de trabalhadores que receberam auxílio-doença por transtornos mentais e comportamentais (CID F) nos anos 2014 e 2015, na agência de Joaçaba, SC, que compreende 10 municípios do Meio-Oeste catarinense. A amostra foi composta de 799 indivíduos beneficiários por auxílio-doença por transtornos mentais e comportamentais (CID F), dos quais 451 (56,5%) eram mulheres e 348 (43,5%) eram homens. Da totalidade da amostra, 361 trabalhadores (45,2%) foram diagnosticados com Episódios Depressivos (F.32) e Transtorno Depressivo Recorrente (F.33), sendo sua maioria do sexo feminino, correspondendo a 279 trabalhadoras (77,3%), e apenas 82 trabalhadores do sexo masculino (22,7%), o que também foi encontrado por Boff, Leite e Azambuja (2002), que apresentaram a depressão neurótica como o diagnóstico mais frequente. Quando analisada a faixa etária predominante, no sexo feminino 58 trabalhadoras tinham entre 35 e 39 anos, e no sexo masculino, 40 trabalhadores estavam entre os 50 e 54 anos. O estudo analisou que 361 indivíduos (45,2%) da totalidade dos beneficiários por auxílio-doença por transtornos mentais e comportamentais tinham como diagnóstico episódios depressivos e transtorno depressivo recorrente. Desse grupo que apresentou sintomas depressivos, sua maioria era do sexo feminino e tinha faixa etária entre 35 e 39 anos. Destacando, a necessidade de abordar medidas que incluam o trabalhador na sua totalidade e que não fiquem somente restritas ao ambiente de trabalho, que visem à melhoria do estado de bem-estar físico e mental, para que o trabalhador sinta prazer em realizar sua atividade laboral e que o ambiente de trabalho se transforme em um ambiente, além de seguro, acolhedor.
Palavras-chave: Medicina do trabalho. Depressão. Saúde mental. Riscos ocupacionais. Previdência social.