Panorama do recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil e no Sul do Brasil
Palavras-chave:
InPEV, Logística reversa, Pesticidas, ResíduosResumo
O objetivo deste trabalho foi analisar o panorama atual do recolhimento das embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil e na região Sul do País a partir da fundação do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias de agrotóxicos (inPEV). Esta foi uma pesquisa quantitativa, descritiva e documental a partir da análise dos relatórios de sustentabilidade do inPEV publicados e disponíveis no site do Instituto. Foram analisados os relatórios publicados durante o período de 2002 a 2016. Analisou-se a evolução do recolhimento de embalagens vazias, do número de centrais e do número de postos de recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil e na região Sul do País. Os dados obtidos foram analisados pela estatística descritiva e posteriormente correlacionados. Os resultados obtidos demonstraram que de 2002 a 2016 foram recolhidas mais de 400 mil toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil, havendo uma evolução de recolhimento nesse período de 91,5%. A região também apresentou evolução no recolhimento de embalagens vazias desde 2002, quando surgiu o inPEV, e representa 27% do total das embalagens vazias recolhidas no País. Observou-se correlação significativa e positiva entre a evolução do número de postos (r=0,61) e as centrais (r=0,80) de recolhimento das embalagens vazias de agrotóxicos no País e o volume recolhido. Assim, para que o Brasil possa continuar sendo referência mundial na coleta e processamento dessas embalagens, é necessário que o processo de logística reversa continue atuando de forma efetiva em todos os setores da cadeia de uso e produção dos agrotóxicos.
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