Aprendendo a ensinar pela vivência
Resumo
A alfabetização de adultos tem sido tema de debates para muitos alfabetizadores preocupados com a inserção das pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever. O modo como essa discussão ocorre reflete a fragmentação do discurso à ação, com uma ruptura entre teoria e prática pedagógica. A partir de uma crítica ontológica referente à alfabetização, a Universidade do Oeste de Santa Catarina Campus de Xanxerê criou, em 2004, o projeto Alfabetização Regional, tendo como objetivo oferecer o direito de aprender a ler e escrever. As acadêmicas dos cursos de licenciaturas são beneficiadas com 50% de bolsa e inseridas em uma proposta de formação continuada; recebem, mensalmente, a capacitação, e alfabetizam jovens e adultos, possibilitando a igualdade de participação ao mundo letrado. São encontros que criam espaços para juntas problematizarem propostas, onde o saber e o sabor de ensinar a ler estão associados. A concepção do projeto tem sua metodologia baseada em Paulo Freire, atrelada à condição humana de intervenção, de socializações e de culturas. As dificuldades trazidas pelas acadêmicas são tratadas como experiências significativas a um fazer poético de ensinar. A universidade tem a oportunidade de fazer pesquisa, ensino e extensão, produzindo conhecimento, pois muitas vivências com esse projeto ainda não aparecem nos livros. As alfabetizadoras constroem vínculos com os alfabetizandos no processo do ensinar e do aprender e conseguem, com o passar dos encontros, retirar deles a vergonha de não saber ler e escrever, tornando mágico o contato com as letras e a participação neste mundo letrado.
Palavras-chave: Alfabetização de jovens e adultos. Formação.