O protagonismo da Cepal e as políticas de formação docente: a regulação entre campo-cidade?
Resumo
Este artigo apresenta elementos teórico-metodológicos para subsidiar a discussão a respeito de documentos de políticas educacionais para a formação docente publicado por agências internacionais. A investigação está ancorada na análise das relações sociais e da produção histórica das bases materiais inseridas no cenário econômico, político e educacional, focalizando de que maneira a relação em pauta é estabelecida para discutir as políticas de formação docente. Como fonte primária Educação e Conhecimento: eixo da transformação produtiva com equidade, publicado pela Cepal em parceria com a Unesco no ano de 1995, será o documento investigado nesse artigo. Parte-se da premissa de políticas para docentes, priorizando recomendações referentes aos formadores de sujeitos nos territórios campesinos. Tais políticas estão ligadas às reformas sociais mais amplas, nas quais os docentes não são inclusos nas definições de políticas e reformas de Estado e educacionais. A maior parte das propostas educacionais limita-se ao espaço mínimo de ‘reciclagem’ onde a prática docente é dispensada. De acordo com as recomendações no documento em pauta, os docentes são responsáveis pelo avanço educacional e, consequentemente, o alívio da pobreza. Este modelo de política para docentes envolve a adoção de dispositivos que produzem cada vez mais capital humano, constituindo novas formas de regulação social e educacional.
Palavras-chave: Cepal. Políticas docentes. Estado. Campo-Cidade.