QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UM ESTUDO DAS TRABALHADORAS DA INDÚSTRIA METALMECÂNICA NO MEIO-OESTE DE SANTA CATARINA
Resumo
A entrada da mulher no mercado de trabalho formal ocorreu mais intensamente a partir do século XIX para atender à necessidade da mulher de ampliar a renda familiar e à das organizações, além do desejo de desenvolver uma carreira. Atualmente, as mulheres estão presentes em diversos setores antes considerados essencialmente masculinos, como a construção civil, transportes e a indústria metalmecânica. O tema abordado neste trabalho é relevante, na medida em que quantifica as mulheres que estão atuando no setor em alguns municípios do Meio-Oeste de Santa Catarina, e analisa a qualidade de vida dessas trabalhadoras. Dessa forma, o objetivo geral foi analisar o nível de qualidade de vida das mulheres trabalhadoras no setor operacional das indústrias metalmecânicas do Meio-Oeste de Santa Catarina. Para atingir aos objetivos, como procedimentos metodológicos empregaram-se as abordagens qualitativa e quantitativa. Procurou-se conhecer os aspectos que norteiam e caracterizam a evolução da ocupação feminina no mercado de trabalho, bem como a qualidade de vida dessas mulheres. Também se realizou uma pesquisa de campo por meio da aplicação de um questionário estruturado com a finalidade de conhecer a realidade e as condições de trabalho dessas mulheres. Estão filiadas no Sindicato Patronal da Indústria Mecânica (Sindimec) 27 empresas, e identificaram-se mulheres trabalhando no setor produtivo em 11 delas. Ao contatar (por e-mail) essas empresas, obteve-se o retorno de sete, as quais se dispuseram a participar da pesquisa. Foi estabelecida uma linha de corte e no total foram entrevistadas 101 trabalhadoras de cinco empresas localizadas em Joaçaba, Treze Tílias, Herval d’Oeste e Luzerna. Os resultados da pesquisa apontam que a maioria das entrevistadas trabalha na linha de produção e somente uma ocupa cargo de chefia. Em relação aos salários, as mulheres recebem, no mínimo, o salário-base da categoria, mas dizem que poderiam ganhar mais. Um dado importante revelado é que elas não se sentem discriminadas e não sofrem assédio por parte dos trabalhadores homens. Elas também consideram o ambiente de trabalho limpo, organizado e com boa iluminação e segurança. A pesquisa revela que, apesar de a maioria das mulheres entrevistadas não relatar situações de discriminação ou insalubres no trabalho e ter uma qualidade de vida considerada boa, elas gostariam de ganhar mais e ter mais oportunidades de crescimento profissional dentro das organizações.
Palavras-chave: Qualidade de vida. Mulher e trabalho. Setor metalmecânico. Discriminação.