PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS NO PROJETO DE MONITORIA EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
Resumo
O Serviço de Atendimento Psicológico (SAP) do Curso de Psicologia da Unoesc Campus de Chapecó iniciou suas atividades em 2013 com uma clínica escola, que atende por meio da filantropia a população carente de Chapecó e região, mediante auxílio psicológico. Esse espaço configura-se como um espaço de estágio para os alunos do Curso de Psicologia. Desde sua implantação e com análise das demandas de forma contínua, diferentes projetos foram desenvolvidos, sendo importante destacar o de Monitoria em Avaliação Psicológica. Esse projeto iniciou no segundo semestre de 2014, com o objetivo de realizar a avaliação de crianças e adolescentes com queixas de problemas de aprendizagem. Esse processo constituiu-se como um instrumento de investigação, com ênfase nos processos psicológicos envolvidos no contexto escolar e na aprendizagem de crianças e adolescentes. Ao acadêmico de Psicologia, permitiu-se analisar, planejar e realizar a avaliação psicológica, aprimorando as habilidades e competências, bem como trabalhar os aspectos éticos e a comunicação dos resultados. Nesse projeto de monitoria já foram realizadas sete avaliações psicológicas, de crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos, sendo seis de sexo masculino e uma de sexo feminino. Dessas avaliações, quatro foram encaminhados pela escola com solicitação de avaliação para concessão de segundo professor em sala de aula; duas avaliações foram realizadas por solicitação dos responsáveis; e uma, por solicitação do neurologista. As avaliações apresentaram os seguintes resultados e encaminhamentos: um diagnóstico de autismo (10 anos) e um de deficiência intelectual leve (10 anos), ambos com indicação de segundo professor em sala de aula; um diagnóstico de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (9 anos), com indicação de segundo professor em sala de aula e mudança na rotina; um diagnóstico de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (6 anos) – tipo predominantemente desatento, para o qual também foi indicado segundo professor em sala de aula, bem como estabelecimento de regras e limites no ambiente familiar; um diagnóstico de carência afetiva dos pais (6 anos), para o qual indicaram-se mudanças na conduta dos responsáveis; um diagnóstico de deficiência intelectual (18 anos), sendo realizadas orientações de manejo e conduta aos responsáveis; e, para finalizar, um adolescente (16 anos) para o qual não foi confirmada a hipótese de TDAH, não sendo indicado o segundo professor, mas orientados os responsáveis em prol de mudanças no comportamento do adolescente. Percebeu-se que a maior procura parte de encaminhamentos feitos pela escola, ambiente onde as crianças e os adolescentes são observados pela perspectiva profissional. Entre os casos atendidos, houve predomínio de diagnóstico de TDAH (3 casos) e deficiência intelectual (2 casos). É importante ressaltar a falta de orientação e dificuldade por parte dos responsáveis em lidar e auxiliar no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, o que dificulta o desempenho escolar destes.
Palavras-chave: Avaliação psicológica. Monitoria. Protocolo de avaliação. Segundo professor.