IMUNOGENICIDADE DAS PROTEÍNAS DE SUPERFÍCIE DAS FORMAS TRIPOMASTIGOTAS DE T. RANGELI E T. CRUZI
Resumo
Diferentemente da Doença de chagas (Trypanosoma cruzi), a Rangeliose, causada pelo Trypanosoma rangeli, é pouco conhecida tanto em sua patogenia quanto em sua prevalência. Por esses parasitos compartilharam antígenos resultados falso-positivos da Doença de chagas podem ocorrer em razão da reatividade sorológica cruzada. Dessa forma, a necessidade de marcadores sorológicos diferenciais torna-se importante. Nesse sentido, no presente estudo avaliou-se o potencial imunogênico das proteínas de superfície (SEP) das formas tripomastigota de T. rangeli por meio da imunização de camundongos Swiss. Formas epimastigotas foram cultivadas em meio LIT e as formas tripomastigota de T. cruzi Y e T. rangeli Choachí foram obtidas em cultura após 10 dias e em meio DMEM, respectivamente. A imunização foi realizada com 20μg de SEP com adjuvante completo de Freund, e após 30 dias foram obtidos os soros policlonais (anti-SEPTr e anti-SEPTc). Foi observado por ELISA que essas frações, nessas condições experimentais, produzem altos títulos de anticorpos (>1:640). Já pelo imunoblotting, utilizando proteínas solúveis, notou-se que as proteínas T. rangeli de ambas as formas foram fortemente reconhecidas por ambos os soros, enquanto as proteínas de T. cruzi foram reconhecidas pelo soro anti-SEPTc. Utilizando a fração SEP, observou-se um perfil similar ao anterior com o reconhecimento por ambos das proteínas de ambas as formas de T. rangeli e as proteínas das formas tripomastigotas de T. cruzi reconhecidas apenas pelo soro anti-SEPTc. Apesar de o potencial imunogênico das proteínas de superfície de T. rangeli ter sido observado, o reconhecimento intenso da fração SEP da de T. rangeli pelo soro anti-SEPTc ter sido intensa, enfatizando a soro-reatividade cruzada, o reconhecimento exclusivo das proteínas presentes na fração SEP de T. cruzi pelo soro anti-SETc indicou a possível aplicação dessas proteínas no diagnóstico diferencial ao T. rangeli.
Palavras-chave: Rangeliose. Doença de chagas. Sorologia. Biomarcador.