ANÁLISE QUANTITATIVA DO IMPACTO DE OFICINAS DE APOIO PSICOSSOCIAL A USUÁRIOS DE DROGAS DA PENITENCIÁRIA AGRÍCOLA DE CHAPECÓ
Resumo
A falta de informação de certos grupos e de políticas voltadas à atenção a dependentes químicos no sistema prisional sugere a necessidade de medidas socioeducativas internas às penitenciárias, a fim de contribuir para uma reflexão e consequentemente preparar os indivíduos para o retorno ao meio externo. Essas necessidades motivaram os técnicos da Penitenciária Agrícola de Chapecó (Pach) a desenvolverem uma intervenção psicossocial em educação em saúde para usuários de drogas. Visando verificar a eficácia de tal intervenção, constituiu-se este estudo objetivando verificar o nível de impacto das informações inerentes às drogas psicoativas em apenados submetidos a oficinas psicossociais interdisciplinares. Esta pesquisa possui apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC – Edital n. 28) e é um estudo qualitativo com desenho de pesquisa intervenção e/ou pesquisa-ação; não somente se objetivou conhecer a realidade em questão, mas principalmente transformá-la. Para a coleta de dados foram realizados três momentos: primeiramente, os participantes foram entrevistados individualmente e divididos em grupo controle e grupo de tratamento; no segundo momento, o grupo de tratamento participou das intervenções em forma de oficinas; no terceiro momento, uma nova entrevista foi aplicada com os participantes dos dois grupos. Os dados coletados foram gravados e transcritos. A intervenção psicossocial interdisciplinar demonstrou ser extremamente útil para contribuir com um repensar de vivências e sentimentos tidos como naturais ou essenciais. Ao se analisarem as entrevistas dos grupos de controle e de tratamento, concluiu-se a existência de impacto das oficinas; foi possível perceber a modificação em vários conhecimentos sobre dependência química nos integrantes do grupo de tratamento. As mudanças puderam ser vistas principalmente no que se refere à compreensão das drogas como doença; na percepção de como se trata a saúde de uma pessoa usuária de drogas; na relação entre conscientização por meio da informação e mudança; no autoconhecimento e na aquisição de informações. Assim, assinala-se que a realização de atividades socioeducativas com as penitenciárias é um instrumento extremamente útil para o processo de ressocialização.
Palavras-chave: Análise de impacto. Oficinas de apoio psicossocial. Usuário de drogas. Homens privados de liberdade.