REFORÇADORES DE APRENDIZAGEM DA DANÇA EM PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN
Resumo
As pessoas com Síndrome de Down (SD) são caracterizadas pela presença de um cromossomo a mais no par de número 21. O fenótipo característico é o retardo mental com classificação entre as faixas leve e moderada, motivo que questiona a capacidade dessas pessoas de aprendizagem. Entretanto, a literatura demonstra resultados positivos nesse quesito para várias situações, inclusive, na de desempenhar satisfatoriamente diversos tipos de papéis na sociedade. A dança, como instrumento educativo, mostra-se favorável porque trabalha a autoestima e a socialização por meio do desenvolvimento da autonomia para criar e agir. Esses formam os motivos que levaram a definir a hipótese de que pessoas com Síndrome de Down são capazes de aprender uma sequência coreográfica em uma única sessão de aula e que definiram como objetivo identificar quais reforçadores são necessários para que ocorra essa aprendizagem. O formato de estudo de caso foi adotado para esta pesquisa. Foram participantes deste estudo três portadores de SD, alunos do CAPP de Chapecó, SC. Duas fases caracterizaram a pesquisa, a primeira foi a do ensino da sequência coreográfica, e a segunda, de registro e análise dos resultados. Na primeira fase, foram utilizados como instrumentos uma câmera filmadora e uma sala de dança, sem espelho, livre de distrações, em que somente estava presente um participante por vez e a professora. Na segunda fase, foi adotada a metodologia observacional para o registro da ação realizada e utilizado o software Kinovea para a coleta de informação. Foram criados categorias e critérios para a análise dos resultados para cada passo da coreografia a posteriori. O resultado principal mostrou que todos os participantes foram capazes de aprender, e que os reforçadores utilizados para o processo de ensino-aprendizagem, que serviram como instruções logo após a execução correta de um passo, foram classificados em: 1) Cantando devagar o passo; 2) No ritmo da música; 3) Com instruções específicas do passo; 4) Execução lenta ao mesmo tempo que se canta o passo; 5) No ritmo da música cantando os passos; e,6) Correto, seguido das instruções da professora. E os reforçadores utilizados após execuções incorretas foram: 1) Devagar e cantando o passo; 2) Não houve erro, continua; e, 3) Cantando o passo. Observações importantes foram feitas a partir dos resultados: ressalta-se o aumento da aprendizagem à medida que se aumentavam as repetições em todos os casos, e que a maior dificuldade de todos os participantes foram aqueles passos que exigiam definições de lateralidade. É possível concluir que a hipótese do estudo foi comprovada e que o objetivo foi atingido.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Aprendizagem. Sequência coreográfica. Reforçadores. Prática.