CARACTERIZAÇÃO DA MASTOFAUNA TERRESTRE DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM UM REMANESCENTE FLORESTAL DA MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE SUL BRASIL, SC

Autores

  • Bruno Bamberg Ertel Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
  • Lucas Henrique Schakofski Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC
  • Jackson Fábio Preuss Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Introdução: A perda e fragmentação de habitats representam uma das maiores ameaças à fauna, especialmente para mamíferos terrestres de médio e grande porte. Diante das ameaças persistentes aos remanescentes de Mata Atlântica, torna-se crucial conduzir inventários de mamíferos em áreas ainda pouco exploradas. Objetivo: Este estudo teve por objetivo investigar a fauna de mamíferos terrestres de médio e grande porte em um remanescente florestal da Mata Atlântica, localizado no município de Sul Brasil, extremo Oeste de Santa Catarina, Brasil. Método: A pesquisa foi conduzida de dezembro de 2022 a setembro de 2023, utilizando métodos como armadilhas fotográficas, identificação de pegadas e entrevistas com moradores locais. Resultados: A partir de um esforço amostral de três armadilhas-noite e 100 horas de buscas direta, foram realizados 122 registros, distribuídos entre 15 espécies e sete ordens, com destaque para Didelphis albiventris, que representou 44,54% dos registros, seguindo de Dasypus novemcinctus (14,29%) e Cerdocyon thous (11,76%). A maioria das espécies (73,33%) teve menos de 10 registros, enquanto quatro espécies tiveram 10 ou mais registros. A riqueza de espécies observada foi de 83,33% do total esperado, sendo que a curva de acumulação de espécies associada com a riqueza estimada (Jackknife-1) indica que a continuidade da amostragem deve adicionar novas espécies. Do total de espécies de mamíferos registrados, 26,6% tem algum grau de ameaça de extinção em listas estaduais e nacionais. Mazama nana foi classificada como "Em Perigo" (EN), as espécies Herpailurus yagouaroundi, Leopardus guttulus e Leopardus wiedii foram categorizadas como "Vulnerável" (VU). A análise temporal dos registros revelou variações sazonais, com picos em abril (24 registros) e setembro (21 registros), indicando possíveis influências de fatores ambientais na abundância de indivíduos. A presença da espécie exótica invasoras Lepus europaeus (lebre), levanta preocupações sobre os impactos potenciais na fauna nativa. Conclusão: Nossos resultados ampliam o conhecimento sobre a fauna do Sul do Brasil, destacando o papel fundamental dos remanescentes florestais da Mata Atlântica como refúgios essenciais para mamíferos de médio e grande porte na região extremo oeste de Santa Catarina. Além disso, ressaltamos a importância ecológica dessa área de estudo, onde se torna urgente e necessário manter os esforços contínuos de conservação e monitoramento da mastofauna local. A presença de espécies exóticas invasoras, somada aos impactos das atividades humanas, evidencia desafios críticos que precisam ser enfrentados para garantir a preservação a longo prazo desses habitats, indispensáveis para a manutenção da biodiversidade regional.

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Biografia do Autor

Jackson Fábio Preuss, Universidade do Oeste de Santa Catarina

Biólogo. Mestre em Ciências Ambientais, Professor da Universidade do Oeste de Santa Catarina, Área das Ciências da Vida.

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Publicado

06-11-2024

Como Citar

Ertel, B. B., Schakofski, L. H., & Preuss, J. F. (2024). CARACTERIZAÇÃO DA MASTOFAUNA TERRESTRE DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM UM REMANESCENTE FLORESTAL DA MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE SUL BRASIL, SC. Seminário De Iniciação Científica E Seminário Integrado De Ensino, Pesquisa E Extensão (SIEPE), e36176. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe/article/view/36176

Edição

Seção

Campus São Miguel do Oeste

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