OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NA MULHER: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Resumo
Introdução: A violência obstétrica tem-se apresentado de forma corriqueira na sociedade atual, sendo entendida como uma apropriação do corpo e dos processos reprodutivos das mulheres por um profissional de saúde. Esta compreende diversos tipos de procedimentos invasivos, como parto em posição de litotomia, realização de cesarianas sem indicação clínica, episiotomia, e até comentários humilhantes e impedimento da presença de acompanhantes, ocasionando assim, efeitos negativos para a saúde da vítima. Objetivo: O objetivo deste estudo é destacar os impactos físicos e emocionais que a violência obstétrica causa na mulher a curto e longo prazo, bem como identificar as práticas médicas durante o parto ou gestação que são consideradas violação do corpo feminino. Método: É um estudo de revisão bibliográfica. Em agosto de 2024 foram lidos 10 artigos disponibilizados nas plataformas Scielo e Google Acadêmico, contendo os descritores: violência obstétrica, gestação e parto. Após, foram selecionados os 5 com maior ênfase na temática violência obstétrica. Além disso, a pesquisa concentrou-se em artigos mais recentes, dada importância à relevância do artigo com base no número de citações que possuía. Resultados: A violência obstétrica se mostra de grande impacto na saúde da mulher. De acordo com Martins et al. (2019) a cada quatro mulheres, uma sofre de violência obstétrica dentro de instituições hospitalares, onde predominam atitudes desrespeitosas, humilhantes e de descriminação tanto étnica e econômica, quanto social, sendo sua incidência maior em mulheres negras e de baixa escolaridade. Por conseguinte, Diniz et al. (2015) relatam que a violência obstétrica pode implicar em distócia no parto, risco de infecção, hemorragias, problemas de cicatrização e recuperação, e morte materna, bem como depressão pós-parto, dificuldade no estabelecimento do vínculo mãe-bebê, estresse pós-traumático e repercussão no desejo por outros filhos. Ademais, Féres-Carneiro et al. (2021) relatam que a indiferença e a falta de acolhimento que é demonstrada por alguns profissionais da saúde são reflexos destes resultados. Conclusão: Fica evidente, dessa forma, que a violência obstétrica implica para a vítima em consequências físicas, como hemorragia e morte, e psicológicas, como depressão pós-parto. Nesse sentido, cabe ressaltar que alguns fatores influenciam na incidência da violência obstétrica, sendo a condição socioeconômica o principal deles, assim a raça e o nível de escolaridade da gestante podem a tornar mais vulnerável a essa prática. Portanto, é essencial implementar políticas públicas que assegurem a valorização dos direitos das mulheres ao longo de sua gestação.