CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM PACIENTES SOB TRATAMENTO HEMODIALÍTICO.
Resumo
Introdução: A doença renal crônica (DRC) consiste na perda progressiva e irreversível da função dos rins e, em sua fase avançada, chamada de insuficiência renal crônica (IRC), os rins não conseguem manter a normalidade do meio interno do paciente. Os pacientes com IRC apresentam uma série de disfunções dependem do grau de comprometimento renal, como anemia, miopatia urêmica, neuropatia, atrofia de desuso, prejuízo do metabolismo muscular, a disfunção autonômica, má nutrição, além de comorbidades associadas. Tal quadro, associado ao uso de algumas medicações, predispõem a alterações gastrointestinais com maior frequência, como, por exemplo, o desenvolvimento da constipação intestinal (CI). Objetivo: Investigar a prevalência de constipação intestinal em pacientes que realizam tratamento hemodialítico na Clínica Renal do Extremo Oeste, bem como sua relação com a qualidade de vida e nível de atividade física. Métodos: Estudo transversal, observacional. A amostra compreendeu dez indivíduos com idade média±dp de 42±6,86 anos. Aplicou-se questionários referente a Hábitos Alimentares, Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-bref) e Critérios de Roma IV. Os dados foram analisados pelo Coeficiente de Correlação de Spearman, considerando p<0,05. Resultados: Uma participante foi classificada com CI, no entanto, 40% dos participantes realizam esforço excessivo para evacuar, 30% apresentam sensação de defecação incompleta, e 20% apresentam fezes líquidas sem uso de laxante. Quanto à qualidade de vida, a classificação regular foi predominante no domínio físico (80%), psicológico (60%) e meio ambiente (60%). Já o domínio social foi considerado bom para 80%. Quando correlacionado às variáveis testadas, verifica-se correlação positiva moderada entre a ausência da CI e o domínio social do WHOQOL. Em relação ao nível de atividade física, 70% são sedentários ou insuficientemente ativos e 30% ativos Conclusão: Apesar da maioria dos pacientes apresentarem baixo nível de atividade física, apenas 10% têm CI. Nos dados apresentados os pacientes sem CI apresentam escores maiores no domínio social do questionário de qualidade de vida, ressaltando a influência da necessidade de amplo suporte para estes pacientes, visto que o tratamento hemodialítico aumenta a perspectiva de vida, mas não garante qualidade.