PATRIMÔNIO RELIGIOSO: IDENTIFICAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE IGREJAS EM MADEIRA NA REGIÃO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA
Resumo
Introdução: As primeiras comunidades da região Extremo Oeste de Santa Catarina foram organizadas por empresas colonizadoras em pequenas propriedades rurais. Como a religião tinha significativa influência, capelas em madeira foram construídas para reforçar a fé e servir de ponto de encontro para os moradores. Com o passar dos anos, a construção de igrejas em alvenaria foi estimulada, mas exemplares em madeira ainda são encontrados. Objetivo: Documentar capelas e igrejas em madeira nos municípios da região de abrangência, analisando características de composição arquitetônica, materiais e sistemas construtivos, estados de conservação e intervenções realizadas. Método: Utilizou-se abordagem qualitativa de caráter exploratório e explicativo, abrangendo pesquisa teórica, para estudar a produção teórica sobre os temas de interesse, e pesquisa de campo, para mapear as edificações e realizar entrevistas informais. A pesquisa foi realizada em três etapas, entre 2020 e 2023, sendo identificados dezoito exemplares. As edificações foram registradas por meio de levantamento histórico e fotográfico e os dados foram sistematizados em fichas de inventário de conhecimento. Resultados: A partir do mapeamento, documentou-se exemplares da arquitetura religiosa, que remontam ao período de ocupação dos municípios de Anchieta, Belmonte, Guaraciaba, Iporã do Oeste, Itapiranga, Palma Sola, Santa Helena, São João do Oeste e São Miguel do Oeste. Foram identificadas capelas e igrejas com características arquitetônicas singulares, de pequeno, médio e grande porte, localizadas majoritariamente em área rural, sendo a madeira utilizada em todos os elementos da construção, desde cepos para fundações e tábuas para fechamentos, assoalhos e forros, até aberturas, esquadrias, ornamentos e mobiliários. Conclusão: As capelas e igrejas identificadas, em diferentes contextos de inserção e estados de conservação, representam materialmente o desenvolvimento socioeconômico das comunidades, consistindo em notáveis exemplares de arquitetura religiosa em madeira, com evidente valor arquitetônico e histórico. Portanto, estão presentes na memória social, fazem parte da identidade cultural e integram o patrimônio cultural dos seus municípios.