VARÍOLA DOS MACACOS: IMPACTOS DA DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE

Autores

  • Laura Uliviak Natario UNOESC
  • Natalia Dresch Soldatelli
  • Yeda Cripa Nezello
  • Fernanda Maurer D' Agostini

Resumo


Introdução: Os impactos negativos da desinformação em saúde foram evidenciados durante a pandemia de COVID-19 e continuam a ser uma problemática com a emergência dos casos de Monkeypox (MPXV) no Brasil desde junho de 2022, doença conhecida como varíola dos macacos. Desde então, espécies de macacos começaram a ser caçados por se intuir erroneamente que são os transmissores da doença. Objetivo: Este estudo tem como objetivo a reflexão acerca dos ataques a macacos fruto do impacto das notícias falsas e da desinformação em saúde. Método: Foi realizada uma revisão bibliográfica incluindo artigos científicos e notícias jornalísticas relacionadas com o tema. A pesquisa foi efetuada nas plataformas google acadêmico, scielo, pubmed e navegador google chrome restringindo a publicações de língua portuguesa entre os anos de 2018 e 2022. Resultados: A varíola do macaco é uma zoonose viral, ou seja, uma doença causada por vírus e disseminada de animais para os seres humanos, o reservatório animal permanece desconhecido, entretanto, os órgãos de saúde acreditam serem roedores. Apesar do nome, o vírus MPXV é transmitido por contato próximo com contaminados, sendo os primatas vítimas, assim como os humanos. O pouco conhecimento da população sobre a área da saúde e a disseminação de notícias falsas apresenta-se como um obstáculo no combate à doença e acaba por afetar a saúde única, visto que a perseguição e a morte de macacos vem se tornando comum no Brasil, algo semelhante ao ocorrido em 2018, quando houve o ressurgimento de casos de febre amarela no país. Segundo dados, cinco macacos foram encontrados mortos na cidade de São José do Rio Preto - SP, além de outros três macacos-prego que foram resgatados com sinais de agressão e intoxicação. A data do caso, 04 de ago. de 2022, coincide com um aumento nos casos de varíola no estado de São Paulo. Ainda, até o dia 27 de jul. de 2022 mais de 700 casos foram registrados, triplicando o número de casos em cerca de duas semanas. Entretanto, a prática de eliminar macacos não representa nenhuma profilaxia contra a varíola dos macacos, uma vez que a doença não é transmitida por estes animais, e sim por contato próximo com indivíduos contaminados. Na verdade, os macacos, por serem sensíveis a esses vírus, são um alerta aos órgãos de saúde sobre a necessidade de ações mitigadoras, permitindo aos gestores de saúde que implementem estratégias preventivas antes que os humanos sejam afetados pela doença. Por essa razão, matar os macacos não é apenas uma estratégia ineficaz, mas também pode agravar o cenário de risco para a população, visto que elimina o papel de sentinela dos primatas, além de levar à extinção de espécies. Conclusão: Entende-se então, que o pouco conhecimento da população sobre a área da saúde é uma lacuna para a disseminação de notícias inverídicas, gerando, nesse contexto, uma problemática que vai além do campo da saúde humana, comprometendo o equilíbrio da saúde única.

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Publicado

10-11-2022

Como Citar

Uliviak Natario, L., Dresch Soldatelli, N., Cripa Nezello, Y., & D’ Agostini, F. M. (2022). VARÍOLA DOS MACACOS: IMPACTOS DA DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE. Seminário De Iniciação Científica E Seminário Integrado De Ensino, Pesquisa E Extensão (SIEPE), e32008. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe/article/view/32008

Edição

Seção

Joaçaba - Ensino