PRODUÇÃO DE SABONETE LÍQUIDO A PARTIR DE RESÍDUO OBTIDO DA DESTILAÇÃO DE VINHOS APREENDIDOS
Resumo
Introdução: O vinho classifica-se entre as bebidas alcoólicas mais apreendidas pela Receita Federal do Brasil, e a partir da sua destilação há a produção de um resíduo, conhecido como vinhaça ou vinhoto. A vinhaça é um resíduo orgânico líquido caracterizado pela presença de compostos orgânicos e elementos minerais, tendo significativo potencial como fertilizante para produções agrícolas. Em decorrência do fortalecimento de medidas de higiene pela pandemia de Covid-19, a incorporação deste resíduo em sabonetes líquidos, com propriedades similares ao vinho, demonstra-se uma alternativa viável e mais sustentável ambientalmente. Objetivo: O objetivo deste trabalho é comparar as propriedades de sabonetes líquidos preparados com a incorporação do resíduo à formulação. Método: A metodologia baseia-se na obtenção da vinhaça, a partir da destilação de vinhos com teor alcoólico de 13,6%, seguida da produção de sabonetes líquidos com concentrações de 25, 50 e 100%, a partir das normas de segurança estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para avaliar as propriedades da vinhaça, há a necessidade da determinação do teor de compostos fenólicos pelo método Folin-Ciocalteu, e a atividade antioxidante pelo método ABTS●+, sob o uso, respectivamente, de um espectrofotômetro tradicional e de microplaca. Ainda, requer-se uma análise microbiológica, por meio de um teste de difusão, utilizando as bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus cultivadas em ágar nutriente, e a verificação do potencial de inibição de crescimento destes microrganismos. Entre as análises citadas, deve-se a utilização das concentrações de 25, 50 e 100% dos sabonetes preparados, assim como, individualmente do resíduo e do vinho. Os experimentos de destilação são realizados no Laboratório de Reatores, e as análises no Laboratório de Estrutura, Saneamento e Meio Ambiente (LASA), no Laboratório de Microbiologia e no Biotério, localizados na UNOESC, campus Joaçaba. Resultados: A partir da obtenção dos resultados, espera-se que o teor de compostos fenólicos e a atividade antioxidante permaneçam semelhantes à do vinho, apenas com pouca perda destas propriedades, conferindo benefícios através da reutilização da vinhaça. Também, espera-se a inibição do crescimento das bactérias E. coli e S.aureus, principalmente, nas amostras dos sabonetes líquidos produzidos. Conclusão: Dado o exposto, conclui-se que há possibilidades ecologicamente conscientes de um destino final para a vinhaça, assim como, a preservação das propriedades antioxidantes e fenólicas do vinho.