ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Cymbopogon citratus FRENTE À Candida albicans ISOLADAS DA CAVIDADE ORAL DE PACIENTES HOSPITALIZADOS

Resumo

Introdução: Pacientes hospitalizados apresentam com frequência candidíase oral, pois muitas vezes estão debilitados e com higiene oral deficiente, fatores que aumentam a predisposição para o desenvolvimento dessa infecção. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi isolar Candida albicans e verificar o perfil de suscetibilidade das cepas isoladas a antifúngicos e antissépticos orais. Foram coletadas amostras com swabs da cavidade oral de 20 pacientes hospitalizados com suspeita para candídiase oral.. Método: As amostras foram semeadas em ágar saboraud com cloranfenicol e a identificação das amostras foi realizada com testes morfológicos conforme recomendação do manual da Anvisa. Para avaliar o perfil de suscetibilidade foram testados Anfotericina B, Posaconazol, Itraconazol e cinco marcas comerciais de antissépticos orais denominadas neste trabalho como A, B, C, D e E. Os tempos de contato in vitro para os antissépticos orais foram de 30 (recomendado pelo fabricante), 60 e 90 segundos. As concentrações usadas para os antifúngicos variaram de 8mg/L à 0,25 mg/L para anfotericina B e para o itraconazol e o posaconazol de 4mg/L à 0,125 mg/L. A atividade antifúngica do óleo essencial de Cymbopogon citratus foi avaliada usando a técnica de microdiluição nas seguintes concentrações óleo puro, 50%, 25%, 12,5%, 6,25%, 3,10%, 1,56% e 0,70%. . Resultados: A maioria dos pacientes (80%) apresentaram candidiase oral. As cepas foram mais resistentes para os azóis (Itraconazol 81,25% das cepas resistentes e Posaconazol 50% das cepas resistentes). Os melhores resultados para os antissépticos orais em 30 segundos foram encontrados para marca B (98% de eficácia), seguido da E (92,98%), C (78,4%), D (51,04%) e A (41,9%). O aumento no tempo de contato para 60 segundos melhorou a eficácia em aproximadamente 10% para todas as marcas testadas. O óleo essencial foi eficaz em todas as concentrações testadas. Conclusão: Os resultados permitem concluir que a candídiase oral é uma infecção fúngica frequente em pacientes hospitalizados e que as cepas foram resistentes principalmente para compostos azólicos, classe de antifúngico usado como primeira escolha no hospital estudado. Os antissépticos orais podem ser uma opção terapêutica para o controle dessa infecção e a eficácia pode ser potencializada se o tempo de contato for entre 60 e 90 segundos. Além disso, o oleo essencial de Cymbopogon citrates possui potencial antifúngico e pode ser explorado pela indústria farmacêutica  como uma possível nova droga para controle de candídiases orais.

Palavras-chave: Candidíase oral; Óleos essenciais; Pacientes hospitalizados; Antissépticos orais; Resistência aos antifúngicos .