Mal-estar nas organizações: por que os jovens estão abandonando o mundo corporativo?

Autores

  • Ana Heloisa da Costa Lemos PUC-Rio
  • Mariana Soares Pinto
  • Marcelo Almeida de Carvalho Silva PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.18593/race.v16i2.7903

Resumo

Resumo

 

 O crescimento da rotatividade da força de trabalho brasileira nos últimos anos, em especial de suas camadas mais jovens, vem sendo motivo de preocupação de empresários e governantes. Causa de prejuízos para toda a sociedade, a alta rotatividade dos jovens é comumente explicada pela questão geracional, sendo o comportamento fugaz desses profissionais combinado a aspirações como autonomia, qualidade de vida e flexibilidade, as supostas razões para a constante troca de emprego. Contudo, muitos desses jovens fazem essa migração reiniciando suas carreiras como servidores públicos, docentes ou empreendedores, o que sugere, também, uma rejeição às carreiras nas grandes empresas privadas. Dessa maneira, neste artigo propôs-se investigar as razões que vêm afastando jovens de empresas privadas tradicionais, levando-os a abdicarem do trabalho nessas empresas para recomeçarem suas vidas profissionais em outras bases. Para atingir esse objetivo foram entrevistados 12 profissionais que já fizeram essa migração, cujas entrevistas foram analisadas por meio da análise de conteúdo. Os resultados sugerem que, contrariando parte da literatura que homogeneíza esses jovens, não há um perfil único dentro da mesma geração e essas diferenças impactam as decisões de carreira desses indivíduos. Todavia, algumas caracterizações presentes nessa mesma literatura foram corroboradas pelos achados da presente pesquisa. Ademais, o sentido do trabalho, aspecto pouco mencionado na referida literatura, emergiu como importante fator que afasta o jovem da carreira tradicional.

Palavras-chave: Geração Y. Rotatividade. Sentido do trabalho. Carreira.

 

Abstract

 

The growth of the turnover of the Brazilian workforce in recent years, especially of its younger generation, has been of concern to entrepreneurs and government. This issue, which causes losses for the whole society, is commonly explained by the generational issue, and the elusive behavior of these professionals is combined with aspirations to autonomy, quality of life and flexibility, the alleged reasons for the constant exchange of employment. However, many of these young people do this migration restarting their careers as public employees, teachers or entrepreneurs, and it also suggests a rejection of careers in big private companies. Thus, this article aimed to investigate the reasons why young people are steping away from traditional private businesses, leading them to abdicate the work in these companies for restarting their professional lives in other bases. To achieve this goal were interviewed 12 professionals who have made this migration, whose interviews were analyzed using content analysis. The results suggest that, contrary to some of the literature that homogenizes these young people, there is no single profile within the same generation and these differences impact on the career decisions of these individuals. However, some characterizations present in this same literature were corroborated by the findings of this research. Besides, the meaning of work, aspect little mentioned in this literature, emerged as an important factor that separates the young people from the traditional career.

Keywords: Generation Y. Turnover. Meaning of labor. Career.

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Biografia do Autor

Ana Heloisa da Costa Lemos, PUC-Rio

Doutora em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (2003). Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (1994) e graduada em Sociologia e Ciência Política pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1988). Atualmente é Coordenadora de área de Organizações, professora dos cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Coordenadora do MBA em Gestão de Recursos Humanos da PUC-Rio. Membro do Comitê Científico da área de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR) da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração (ANPAD). Tem realizado pesquisas, publicado artigos e orientados trabalhos científicos sobre os seguintes temas: nas áreas de empregabilidade, trabalho e subjetividade; precarização do trabalho; gerações; gênero e carreiras

Marcelo Almeida de Carvalho Silva, PUC-Rio

Graduado em Administração de Empresas pela PUC-RJ (2006) e mestre em administração de empresas pela mesma instituição. Possui experiência empresarial na área de administração com ênfase em planejamento, análise e pesquisa de mercado, orçamento, marketing, viabilidade e retorno financeiro de projetos. Atuação como estagiário docente e monitoria em disciplinas de Teoria Geral da Administração e gerenciamento de projetos. Atualmente é doutorando em administração de empresas pela PUC-RJ com aderência em estudos organizacionais com previsão de conclusão em fevereiro de 2018.

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Publicado

30-08-2017

Como Citar

Lemos, A. H. da C., Pinto, M. S., & Silva, M. A. de C. (2017). Mal-estar nas organizações: por que os jovens estão abandonando o mundo corporativo?. RACE - Revista De Administração, Contabilidade E Economia, 16(2), 703–728. https://doi.org/10.18593/race.v16i2.7903