Mal-estar nas organizações: por que os jovens estão abandonando o mundo corporativo?
DOI:
https://doi.org/10.18593/race.v16i2.7903Resumo
Resumo
O crescimento da rotatividade da força de trabalho brasileira nos últimos anos, em especial de suas camadas mais jovens, vem sendo motivo de preocupação de empresários e governantes. Causa de prejuízos para toda a sociedade, a alta rotatividade dos jovens é comumente explicada pela questão geracional, sendo o comportamento fugaz desses profissionais combinado a aspirações como autonomia, qualidade de vida e flexibilidade, as supostas razões para a constante troca de emprego. Contudo, muitos desses jovens fazem essa migração reiniciando suas carreiras como servidores públicos, docentes ou empreendedores, o que sugere, também, uma rejeição às carreiras nas grandes empresas privadas. Dessa maneira, neste artigo propôs-se investigar as razões que vêm afastando jovens de empresas privadas tradicionais, levando-os a abdicarem do trabalho nessas empresas para recomeçarem suas vidas profissionais em outras bases. Para atingir esse objetivo foram entrevistados 12 profissionais que já fizeram essa migração, cujas entrevistas foram analisadas por meio da análise de conteúdo. Os resultados sugerem que, contrariando parte da literatura que homogeneíza esses jovens, não há um perfil único dentro da mesma geração e essas diferenças impactam as decisões de carreira desses indivíduos. Todavia, algumas caracterizações presentes nessa mesma literatura foram corroboradas pelos achados da presente pesquisa. Ademais, o sentido do trabalho, aspecto pouco mencionado na referida literatura, emergiu como importante fator que afasta o jovem da carreira tradicional.
Palavras-chave: Geração Y. Rotatividade. Sentido do trabalho. Carreira.
Abstract
The growth of the turnover of the Brazilian workforce in recent years, especially of its younger generation, has been of concern to entrepreneurs and government. This issue, which causes losses for the whole society, is commonly explained by the generational issue, and the elusive behavior of these professionals is combined with aspirations to autonomy, quality of life and flexibility, the alleged reasons for the constant exchange of employment. However, many of these young people do this migration restarting their careers as public employees, teachers or entrepreneurs, and it also suggests a rejection of careers in big private companies. Thus, this article aimed to investigate the reasons why young people are steping away from traditional private businesses, leading them to abdicate the work in these companies for restarting their professional lives in other bases. To achieve this goal were interviewed 12 professionals who have made this migration, whose interviews were analyzed using content analysis. The results suggest that, contrary to some of the literature that homogenizes these young people, there is no single profile within the same generation and these differences impact on the career decisions of these individuals. However, some characterizations present in this same literature were corroborated by the findings of this research. Besides, the meaning of work, aspect little mentioned in this literature, emerged as an important factor that separates the young people from the traditional career.
Keywords: Generation Y. Turnover. Meaning of labor. Career.
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