ANÁLISE DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO IN VITRO DE EXTRATOS VEGETAIS
Resumo
As plantas medicinais têm sido utilizadas para a prevenção em razão do fácil acesso e do baixo custo para obtenção; no entanto, é necessária a comprovação de seu efeito medicinal, já que a maioria da população emprega essas plantas sem o devido reconhecimento de suas propriedades terapêuticas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana de infusões das folhas Rosmarinus officinalis (alecrim) e de Tropaeolum majus (capuchinha), e das sementes de Coriandrum sativum (coentro), comumente utilizadas na culinária e na medicina popular, perante bactérias Gram negativas. Foram preparadas infusões das plantas, previamente desidratadas (40 °C/24 horas) e trituradas, na proporção de 15 gramas para 150 mL de água aquecida a 80 °C. O material vegetal foi mantido em infusão até alcançar a temperatura ambiente e, posteriormente, filtrado para esterilização. A atividade antimicrobiana foi determinada por meio do método de macrodiluição (modificado). Os micro-organismos empregados foram: Proteus mirabilis ATCC 25933, Yersinia enterocolitica ATCC 9610, Pseudomonas aeroginosa ATCC 27853, Salmonella Typhimurium ATCC 14028, E. coli ATCC 25922, Enterobacter aerogenes ATCC 13048 e Citrobacter freudi ATCC 8090. Foram preparadas diluições das bactérias em solução salina 0,85% até atingir a contagem de 103 células/mL, e em tubos de ensaio estéreis foram adicionados 4,5 mL das infusões e 0,5 mL do inóculo bacteriano diluído; dessa suspensão, inoculou-se 1 mL em placas Petrifilm AC 3M para contagem de aeróbios. Os testes foram realizados em triplicata e as placas incubadas a 36 °C +/- 1 °C por 24 horas. Paralelamente, preparou-se o controle substituindo a infusão por solução salina estéril. Enumeraram-se as colônias que se desenvolveram em cada placa e tabularam-se os resultados para verificar a redução decimal, comparando os resultados das contagens obtidos nas placas com as infusões e nas placas controle. A análise de variância (ANOVA), com nível de significância de 5% (α=0,05%), demonstrou resultados biologicamente significativos. A infusão de R. officinalis reduziu a população de quatro espécies bacterianas testadas (C. freundii, P. aeroginosa, Y. enterocolitica e S. Typhimurium). A infusão de C. sativum demonstrou atividade antimicrobiana apenas sobre P. aeruginosa e a infusão de T. majus não apresentou atividade antimicrobiana perante as bactérias testadas. A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que a planta com maior atividade antimicrobiana, na forma de infusão, sob as bactérias testadas e na metodologia empregada foi a infusão de R. officinalis. A modificação no método original, substituindo a análise qualitativa de turbidez pela contagem de colônias, demonstrou ser bastante útil, em virtude de as infusões alterarem a transparência dos caldos de cultivo quando se utiliza o método original de macrodiluição. Sugere-se a realização de mais estudos nessa área para confirmar os resultados obtidos e testar outros extratos e infusões vegetais.
Palavras-chave: Efeito antimicrobiano. Plantas medicinais. Rosmarinus officinalis. Tropaeolum majus L. Coriandrum sativum L.