DIVERSIDADE DOS PEIXES MARINHOS ENCONTRADOS MORTOS NO BALNEÁRIO DE CIDREIRA, LITORAL DO RS
Resumo
A biodiversidade marinha é ampla, com diferentes ecossistemas, habitats e espécies vivendo no mesmo espaço. Os espécimes que são encontrados mortos ao longo do litoral têm grande importância para levantamentos de dados biológicos para as pesquisas que são realizadas na área da biologia marinha. O objetivo deste estudo foi identificar as espécies e quantificar os espécimes de peixes que são encontrados mortos no litoral do Balneário de Cidreira, RS. Foram realizadas 12 campanhas no período de novembro de 2012 a outubro de 2013, uma vez por mês, percorrendo 10 km do Balneário de Cidreira de carro, a uma velocidade média de 10 km/h, observando os peixes mortos e utilizando registros fotográficos e anotações importantes. Com o término do estudo, encontrou-se um total de 2972 espécimes, distribuídos em 19 espécies. As espécies mais abundantes foram Stephanolepis setifer (n = 1621; 54,5%) conhecido popularmente como peixe porco, seguido por Parona signata (n = 963; 32,4%), conhecido como pampo. Pôde-se observar duas espécies que tiveram uma abundância maior nos meses mais quentes, Alosa fallax (savelha) nos meses de novembro (n = 41; 55,4%) e dezembro (n = 28; 37,8%) e Lepturacanthus saval (peixe fita), encontrada com maior abundância no mês de novembro (n = 15; 60%). Duas espécies tiveram uma abundância maior nos meses mais frios, o Parona signata (pampo) nos meses de agosto (n = 382; 39,7%) e setembro (n = 571, 59,3%), e o Stephanolepis setifer (peixe porco), nos meses de setembro (n = 41; 2,5%) e outubro (n = 1563; 96,4). Foram encontradas duas espécies apenas no período de inverno, o Odonthestes bonariensi (peixe rei), nos meses de agosto (n = 98; 90,7%) e setembro (n = 10; 9,2%), e o Eucinostomus melanopterus (beijo de frade), também nos meses de agosto (n = 8; 61,5%) e setembro (n = 5; 38,5%). No mês de fevereiro, observou-se o comportamento dos pescadores amadores que, ao recolherem suas redes, escolhem os peixes no local da prática, descartando na areia os que não são do seu interesse. Observou-se, também, grande acúmulo de peixes no mesmo local da areia, contendo espécies com o tamanho abaixo do mínimo permitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, o qual determina que: Parona signata (pampo) deve ter tamanho mínimo de 15 cm, Odonthestes bonariensis (peixe rei), de 10 cm, Pomatomus saltatrix (anchova), de 35 cm e Catgorops spixii (bagre) e Stephanolepis setifer (peixe porco), de 20 cm. Ao final deste estudo, concluiu-se que a ação antrópica por meio da atividade pesqueira causa graves danos à vida marinha da área estudada, pela captura de espécies sem importância comercial que são descartadas, acarretando um declínio de determinadas espécies, e pela poluição dos oceanos. Assim, é necessário implantar medidas estratégicas que consigam preservar o ambiente marinho, diminuindo a mortalidade e até mesmo a extinção das espécies ameaçadas.
Palavra Chave: Peixes Marinhos. Pesca. Monitoramento. Mortalidade.