SURTO DE INTOXICAÇÃO POR MONENSINA E MORTALIDADE DE BOVINOS EM MUNICÍPIO DA REGIÃO DA AMAI

Autores

  • Rafael Toazza Laboratório de Patologia Veterinária Curso de Medicina Veterinária Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Xanxerê
  • Marina Gheller Laboratório de Patologia Veterinária Curso de Medicina Veterinária Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Xanxerê
  • Ana Carla Marquezzan Laboratório de Patologia Veterinária Curso de Medicina Veterinária Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Xanxerê
  • Camila Pagotto Laboratório de Patologia Veterinária Curso de Medicina Veterinária Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Xanxerê
  • Tatiane Silva Berto Laboratório de Patologia Veterinária Curso de Medicina Veterinária Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Xanxerê
  • Jackeline Karsten Kirinus Curso de Medicina Veterinária Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Xanxerê
  • Natalha Biondo Laboratório de Patologia Veterinária Curso de Medicina Veterinária Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC Xanxerê

Resumo

Os antimicrobianos ionóforos são utilizados na nutrição animal como aditivos que auxiliam no combate à coccidiose, regulação do pH ruminal e promotores do crescimento. Embora benéficas, superdosagens para qualquer espécie animal podem acarretar intoxicação e mortalidade. Esse relato apresenta aspectos clínicos e patológicos de um caso de intoxicação por monensina em bovinos em um município da região da Associação Municípios Alto Irani (AMAI). O surto ocorreu após o fornecimento de ração com adição de monensina a nove bovinos que estavam em piquete de azevém, dos quais sete morreram, um bovino morreu após uma única ingestão de ração. Transcorridos 10 dias da mudança alimentar, os animais reduziram o consumo de alimento e apresentavam dificuldade de locomoção com rigidez de membros posteriores, que progrediu para o decúbito. Alguns animais apresentaram diarreia transitória de coloração verde-escura e timpanismo. Foi realizada necropsia em dois bovinos; o animal A morreu de forma aguda e o animal B apresentou sintomatologia clínica. Os animais apresentavam edema de subcutâneo, hidrotórax, hidropericárdio e hidroperitônio, e no esôfago, linha do timpanismo. Áreas pálidas multifocais na musculatura intercaladas com áreas normais foram observadas no coração e na musculatura esquelética dos membros. O animal A apresentou dilatação cardíaca e hiperplasia de polpa vermelha no baço, o animal B apresentou deposição de fibrina nas cavidades torácica e abdominal. O pulmão apresentava edema interlobular difuso e áreas de consolidação sugestivas de broncopneumonia. O fígado era de coloração vermelho-escuro e ao corte, aspecto de noz-moscada. Em ambos os animais, as lesões histológicas de coração e musculatura esquelética consistiam em tumefação e necrose de miofibras multifocal acompanhadas de infiltrado mononuclear moderado, proliferação de fibroblastos e deposição de tecido conjuntivo (fibrose) entre fibras. No animal B, o fígado apresentava congestão centrolobular acentuada e necrose de coagulação multifocal associada a infiltrado de macrófagos. Essa lesão, associada ao edema em cavidades, e a lesão cardíaca são compatíveis com a insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Nos dois animais necropsiados, com as lesões macroscópicas e histológicas da musculatura esquelética e miocárdio com dados do histórico, pode ter ocorrido intoxicação por monensina. Essas lesões se explicam em razão do efeito tóxico dos ionóforos, que em superdosagens alteram a permeabilidade da membrana celular, comprometendo o equilíbrio hidroeletrolítico. No caso do animal B, a lesão de miocárdio induzida pela monensina e a evolução subaguda do caso acarretou um quadro de ICC com alteração hepática evidente. Fatores que favorecem a intoxicação incluem: ingestão de doses maiores que as preconizadas para a espécie em decorrência de erro de dosagem ou na mistura do fármaco à ração; utilização de produtos para espécies diferentes das indicadas no rótulo; e, uso em associação com fármacos que potencializam seus efeitos.

Palavras-chave: Bovino. Intoxicação. Monensina. Insuficiência cardíaca. Necrose.

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Publicado

2014-10-09

Como Citar

Toazza, R., Gheller, M., Marquezzan, A. C., Pagotto, C., Silva Berto, T., Karsten Kirinus, J., & Biondo, N. (2014). SURTO DE INTOXICAÇÃO POR MONENSINA E MORTALIDADE DE BOVINOS EM MUNICÍPIO DA REGIÃO DA AMAI. Congresso Regional De Medicina Veterinária, 13–14. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/crmv/article/view/6012