Estudo de permeabilidade dos solos da região meio-oeste catarinense para posterior dimensionamento de sistemas de destinação de esgotos

Autores

  • João Paulo Freitas UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0002-0235-2718
  • Gislaine Luvizão UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.18593/cc.v9.30017

Palavras-chave:

Permeabilidade, Sumidouro, Destinação de esgoto

Resumo

A rede coletora e o tratamento de esgoto ainda não é uma realidade em muitos municípios das regiões oeste e meio oeste catarinense, devido aos altos investimentos que esses serviços demandam e pela baixa densidade populacional. Desta forma a população tem como opção o método de tratamento de esgoto de forma individual, onde cada cidadão se responsabiliza pelo próprio efluente gerado. Uma das opções e provavelmente a mais adotada é o conjunto formado por tanque séptico, filtro e sumidouro. O foco deste trabalho baseou-se no levantamento de informações referente a permeabilidade dos solos nos municípios das regiões oeste e meio oeste catarinense. A permeabilidade dos solos para cada região pode apresentar valores diferentes, devido a capacidade de infiltração de cada solo, podendo ser baixa ou alta. Quanto mais baixo for o valor de permeabilidade, indica que o sumidouro precisará uma área de absorção maior. Para obter dados da permeabilidade, foram utilizados os métodos de cava, anéis concêntricos e piezômetro. O ensaio de cava e os anéis concêntricos foram realizados sob a superfície enquanto o piezômentro de forma mais profunda. O maior valor de permeabilidade encontrado pelo método de cava, sendo 3,65.10-2 cm/s, foi encontrado no município de Joaçaba (interior), enquanto o menor  foi encontrado no município de Zortéa, sendo 1,84.10-3 cm/s. Para o ensaio dos anéis concêntricos, o maior valor encontrados, foi de 1,25.10-2 cm/s no município de Concórdia e o menor no município de Zortéa, sendo 5,31.10-4 cm/s. Para o ensaio do piezômentro o maior valor foi de 1,72.10-3 cm/s, encontrado no município de Concórdia, no bairro Vista Alegre, enquanto o menor foi no município de Vargem Bonita, sendo 6,19.10-5 cm/s. A caracterização dos solos de acordo com a permeabilidade, levando em consideração todos os métodos, variou entre areias grossas, areias argilosas e siltes. O coeficiente de infiltração que é utilizado para o dimensionamento de sumidouro, obtido através dos valores encontrados no ensaio de cava, teve menor valor no município de Zortéa sendo de 42 L/m².dia e o maior valor foi no município de Joaçaba (interior), tendo valor de 166 L/m².dia. O valor médio do coeficiente de infiltração, englobando todos os municípios foi de 92 L/m².dia. Quanto a área necessária para o dimensionamento de sumidouro para cada município, levando em consideração os mesmos parâmetros, podem chegar a quase quatro (04) vezes de diferença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANTUNES, Henrique Bolacel. Avaliação da condutividade hidráulica no laboratório e no campo em um solo siltoso da central de tratamento de resíduos da caturrita. 2015. 66 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Maria, 2015.

ARMANI, Leandro; NIENOV, Fabiano Alexandre. Análise da permeabilidade do solo nos loteamentos Brisas do Vale I e II – Joaçaba – SC. 2020. 18 p. Estágio Supervisionado II (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade do Oeste de Santa Catarina, 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7229 – Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro, 1993.

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA. Manual de saneamento. ISBN: 85-7346-045-8. 2006.

GEMELLI, Luiz Felipe. Caracterização do solo superficial e determinação da taxa de permeabilidade da bacia do lajeado antinha – Joaçaba/SC. 2012. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, 2012.

JORDÃO, Eduardo Pacheco; PESSÔA, Constantino Arruda. Tratamento de esgotos domésticos. 5. ed. Rio de Janeiro: Abes, 2009. 940 p.

PINHEIRO, Rinaldo J. B; NUMMER, Andréa Valli; RAUBER, Ana Carla. Determinação da condutividade hidráulica das principais unidades geológico-geotécnicas de Santa Maria – RS. Geociências, São Paulo: Editora Unesp, v. 36, n. 2, p. 347-363, 2017. DOI: https://doi.org/10.5016/geociencias.v36i2.12592

PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 355 p.

PINTO, Juliane dos Santos. Estudo da condutividade hidráulica de solos para disposição de resíduos sólidos na região de Santa Maria. 2005. 154 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005.

SIMON, Guilherme. Quase 60% das cidades de SC não têm rede de coleta de esgoto, aponta IBGE. Diário Catarinense, Florianópolis, jul. 2020. Disponível em: https://www.nsctotal.com.br/noticias/quase-60-das-cidades-de-sc-nao-tem-rede-de-coleta-de-esgoto-aponta-ibge. Acesso em: 18 ago. 2021.

Downloads

Publicado

2022-06-06

Como Citar

Freitas, J. P., & Luvizão, G. (2022). Estudo de permeabilidade dos solos da região meio-oeste catarinense para posterior dimensionamento de sistemas de destinação de esgotos. Conhecimento Em Construção, 9, 115–134. https://doi.org/10.18593/cc.v9.30017