POR UMA EDUCAÇÃO MAIS HUMANA E MENOS HUMANISTA
Abstract
A proposta deste texto é analisar a crítica de Nietzsche à concepção de sujeito, seus desdobramentos em uma crítica ao humanismo e, a partir da crítica, traçar possibilidades educativas que podem ser construídas via desconstrução do entendimento do humano enquanto sujeito. Nesta análise utilizo metodologicamente a concepção nietzschiana de genealogia enquanto interpretação que se opõe ao caráter absoluto dos valores, tanto quanto a seu caráter relativo ou utilitário. Importa pensar genealogicamente os valores presente nos discursos educativos contemporâneos, pois estes possuem um forte teor humanista e metafísico. Estes valores ao determinar um tipo de humano e de mundo desdobra-se em determinadas percepções, modos de existência e possibilidades de vida. Esses “efeitos” da educação humanista e metafísica necessitam ser abordados a partir de uma crítica genealógica, que se pergunte não pela “verdade”, mas sim pelas forças, pelos valores, pelos jogos linguísticos operados por esta concepção de educação. Juntamente com a crítica, busco apontar um processo formativo que possibilite ao humano “tornar-se o que se é”, um processo onde novos inícios se tornem presença. As conclusões de tal análise certamente são provisórias, contingenciais e circunstanciais, pois nada mais contrário ao pensamento de Nietzsche do que conclusões herméticas, sendo assim, para além de concluir experimento um pensar a partir do “devir”, um pensar inocente e afirmativo que elabora “verdades” e valorações nos encontros produzidos pela vida. Pensamento “descomprometido” com o todo, sem culpa e sem visar recompensa, acima de tudo um pensar que afirme a vida.
Palavras-chave: Educação. Sujeito. Humanismo. Valores.