EPISTEMOLOGIAS DA TERRA E PRÁTICAS EDUCATIVAS: ESTRATÉGIAS DO MST PARA UMA LUTA EMANCIPATÓRIA FRENTE AO MODELO DE GLOBALIZAÇÃO HEGEMÔNICO
Resumo
A trajetória do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem se constituindo por um quadro social historicamente subalternizado e por disputas estruturais que refletem matrizes epistemológicas e práticas educativas, tendo em vista a construção de um modelo contra-hegemônico social. Este ensaio teórico busca analisar de que forma os conhecimentos epistemológicos e práticas educativas produzidas pelo MST, se configuram em uma das estratégias do movimento para uma luta emancipatória frente ao modelo de globalização hegemônico. Metodologicamente se caracteriza como um ensaio teórico reflexivo que busca elencar aspectos que possam elucidar e contribuir para compreender uma determinada realidade de forma qualitativa, sem pretensões de generalizações. As reflexões teóricas sobre a globalização hegemônica em sua relação à trajetória do MST na luta pela terra evidenciam que o movimento está voltado para a conquista e concretização da Reforma Agrária, como forma de articular e criar estratégias contrárias ao modelo de globalização hegemônico. Constatamos também que as formas de se produzir conhecimento no/do campo se aproximam conceitualmente das Epistemologias da terra, compreendidas enquanto as diferentes formas de saberes, conhecimentos e práticas educativas associadas ao projeto político mais amplo do movimento. Por fim, a construção de uma educação social global contra-hegemônica, está perpassada por conhecimentos epistemológicos e práticas pedagógicas formuladas coletivamente, os quais englobam todas as ações e experiências de lutas políticas em que o MST está envolvido, consolidando-se a constituição de uma nova hegemonia e caracterizando o que denominamos de Epistemologias da terra.