Fatores de risco para o pé diabético
Resumo
Este é um estudo transversal de abordagem quantitativa, com o objetivo de identificar os fatores de risco para o desencadeamento do Pé Diabético em pacientes atendidos na Atenção Básica. Foram examinados 82 diabéticos dos quais 70,7% eram do sexo feminino. A média de idade foi de 62,4(±12,2) anos. Quanto ao tipo de Diabetes Melitus (DM), 73,2% dos participantes possuem o DM tipo 2, e 26,8%, DM tipo 1. O diagnóstico de DM para 43,9% ocorreu há mais de 10 anos. No exame dos pés observaram-se as condições dermatológicas, estrutural, circulatória e neurológica por meio do monofilamento de 10g Semmes-Weinstem. Constatou-se que 72% dos diabéticos apresentavam anidrose, 91,5% apresentavam corte de unha incorreto e 48,8%, unha encravada; 12,2% relataram já ter apresentado úlceras nos pés, e 2,4% apresentavam úlcera no momento da avaliação. O pé de Charcot foi identificado em 2,4% dos diabéticos, e joanete em 7,3%. Observou-se que 78% dos participantes exibiam perfusão periférica normal em ambos os pés, 19,5% apresentavam enchimento capilar maior que 10 segundos, 76,8% apresentaram pulso pedial e pulso tibial normais, e 20,7% não possuíam pilificação. A sensibilidade protetora plantar estava ausente em 79,3%, na região de calcâneo do pé esquerdo, seguido de 74,4% em região lateral interna do pé direito. Com base na classificação de risco do Ministério da Saúde (MS), conclui-se que 54,9% diabéticos apresentaram risco 1, seguidos de 14,6% com risco 2, e de 9,8% com risco 3; 20,7% não apresentam risco. Diante do exposto, evidencia-se a necessidade de atendimento interdisciplinar para a identificação do risco para o PD e posteriores intervenções para o tratamento e prevenção desses fatores, uma vez que essa complicação é passível de prevenção. Salienta-se que o trabalho desenvolvido pelo profissional enfermeiro é de vital importância nesse cenário.
Palavras-chave: Pé diabético. Atenção básica. Prevenção primária.