Diabéticos: perfil epidemiológico e conhecimentos sobre as complicações da diabetes mellitus
Resumo
Trata-se de um estudo exploratório de caráter quantitativo realizado com pacientes diabéticos adscritos em uma unidade de ESF do Município de Água Doce, SC, com o objetivo de caracterizar o perfil epidemiológico e o conhecimento de pacientes portadores da DM. Participaram do estudo 66 pacientes que responderam a um questionário em forma de entrevista. Os resultados em relação ao perfil epidemiológico mostraram que 60,6% dos participantes são do sexo feminino, a idade predominante foi de 61 anos ou mais, com 68,2%, a escolaridade de 1ª a 4ª série foi referida por 59%, e os aposentados e/ou pensionistas somam 77,4%. Em relação ao estado civil houve predominância dos casados com 66,7%, e a renda de até dois salários mínimos foi referida por 50% dos respondentes. O IMC foi calculado, e os obesos representaram 35% dos participantes. 15% dos diabéticos não referiram comorbidades, e entre os que referiram a mais prevalente foi a hipertensão arterial, com 25,6%. Quanto ao conhecimento sobre a patologia, 60,6% relataram que conhecem o que é diabetes e os cuidados que devem ter. Dos participantes, 72,5% dizem que é “açúcar no sangue”, e 86,4% referiram possuir DM tipo 2. A maioria, com 78,8%, não apresentava sintomas quando diagnosticados com a doença. O tratamento com antidiabético oral é feito por 88%, e o mais frequente é a metformina, que é usada por 86,4% dos participantes. Dos pacientes que fazem uso de insulina, 87,5% usam de 10 a 40 UI, duas vezes ao dia, sendo que 63,5% aplicam a insulina no abdome e 50% fazem a autoaplicação. Em relação à dieta, 72,7% afirmaram segui-la, e 62,2% o fazem sem dificuldades. Os resultados mostraram, também, que os pacientes têm conhecimento das complicações possíveis, e a mais referida foi a retinopatia, por 95,4%. Dessa forma, conclui-se que os diabéticos deste estudo possuem conhecimento sobre a patologia, os cuidados e as possíveis complicações, porém, por se tratar de uma doença crônica, devem receber atendimento individualizado e multidisciplinar nas Unidades Básicas de Saúde, para que, com a equipe que os assiste, decidam quais os cuidados necessários e também para que sigam o tratamento de forma correta, retardando, assim, as complicações e melhorando sua qualidade de vida. Reforça-se a importância da enfermagem no acompanhamento do cuidado a esses pacientes.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus. Perfil epidemiológico. Conhecimento. Tratamento. Atenção básica.