IMPACTO DAS DOENÇAS OSTEOMUSCULARES NA SAÚDE DO TRABALHADOR RURAL
Resumo
O objetivo com este estudo foi avaliar o impacto das doenças osteomusculares na saúde do trabalhador rural no Município de Irani, SC. Foi um estudo epidemiológico realizado nas residências de 250 agricultores no período de novembro a dezembro de 2015. A avaliação ocorreu por meio de entrevistas aplicadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) nas diversas comunidades do Município. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Dos trabalhadores entrevistados, 227 referiram algum distúrbio osteomuscular, entre eles os mais citados foram desgaste ósseo, osteofitose e hérnia de disco. A maioria dos entrevistados está exercendo atividades rurais entre 36 e 50 anos, por um período de 9 a 10 horas diárias de trabalho. Os dados obtidos nas entrevistas justificam as alterações osteomusculares referidas, visto os anos exercendo trabalho rural, as horas diárias de trabalho e também a quantidade de tarefas. Quanto ao nível de dor, 120 pessoas referiram dor entre 7 e 8, em uma escala de 0 a 10, e 66 solicitaram em algum período de sua vida auxílio-doença relacionado às doenças osteomusculares; 29 pessoas solicitaram mais de uma vez, e 26 pessoas entraram na justiça requerendo o benefício. As doenças osteomusculares exercem forte impacto sobre a saúde dos trabalhadores rurais, indo desde a convivência permanente, intensa e diária com a dor até a incapacidade de exercer suas atividades. Precisa-se ter um olhar mais cuidadoso sobre a saúde dos trabalhadores rurais, fortalecendo, preservando e valorizando a agricultura familiar, além de uma subsistência em relação a melhores condições de saúde, pois sem saúde não serão trabalhadores, e sua qualidade de vida estará prejudicada.
Palavras-chave: Saúde do trabalhador rural. DORT. Doenças crônicas. Atenção básica.